domingo, 9 de maio de 2010

REVIEW: Nintendo DS Lite Refurbished

Meus amigos... eis que morreu um retrogamer e renasceu simplesmente um gamer. O responsável por essa façanha tem um nome: Nintendo DS Lite.

Nintendo DS Lite: viva la revolucíon!




Calma, pra quem não sabe... retrogamer é aquele jogador que curte sistemas e jogos antigos, um hobby que é misto de diversão e nostalgia. Em contrapartida, o nextgen é o jogador moderno, fissurado por gráficos, poder de processamento, sempre por dentro das últimas novidades. Em fóruns de discussão, é muito comum vermos retrogamers resmungando que “os jogos de hoje não tem diversão... coisa que só existe em jogos antigos” ou nextgens cometendo heresias do tipo “esse Super Mario Bros dessa merda de NES é podre... os gráficos são horríveis”.

Há poucos meses eu integrava o time dos retrogamers, entusiasmado, relembrando jogos antigos em meu Dingoo. Até que um dia num aeroporto eu saquei meu Dingoo do bolso e percebi que o cara do meu lado estava jogando num PSP. Minutos depois uma menina sentou do outro lado (numa poltrona à frente) com um Nintendo DS. Senti naquele momento que o monólito de “2001: Uma Odisséia no Espaço” estava me convidando para evoluir...


Para mim o Nintendo DS era como o monólito do
"2001: Uma Odisséia no Espaço", um convite para a evolução

Comecei a pesquisar sobre o PSP e o Nintendo DS. Cada um tinha seus pontos fortes e fracos. O PSP era moderno, com gráficos espetaculares e jogos de corrida e ação que faziam o meu gênero. O Nintendo DS possuía jogos mais simples e casuais, porém com uma jogabilidade inovadora em função de duas telas, uma delas sensível ao toque (touchscreen) da caneta (stylus) que o acompanhava. A decisão foi bem difícil, mas optei pelo Nintendo DS devido aos seguintes motivos: era mais barato que o PSP; poderia rodar jogos direto de um flashcard (pirataria justificada devido aos impostos abusivos sobre jogos no Brasil); jogos casuais (compatíveis com o pouco tempo que disponho para o hobby); poderia ser trazido da China por menos de um terço do preço nacional (motivo principal).

O motivo dessa postagem foi o fato de o Nintendo DS é vendido no Brasil por preços abusivos. Assim, muita gente paga mais que o dobro do produto em imposto e muita gente deixa de comprar justamente por esse motivo. A verdade é que muitos desconhecem a existência de um Nintendo DS bem mais barato, o refurbished. Por outro lado, grande parte dos que conhecem o refurbished tem receio ou medo só de ouvir essa palavra. Então, vamos matar esse bicho de uma vez!

O que é esse refurbished?? O termo refurbished é empregado em vários produtos, principalmente produtos eletrônicos como câmeras digitais, celulares, etc. São na verdade produtos que uma vez foram vendidos, mas por algum motivo foram devolvidos à fábrica, passaram por uma série de testes e foram introduzidos novamente no mercado como “recondicionados” ou “refurbished”. Entendam, os produtos refurbished não necessariamente deram problemas, pifaram, ou sofreram danos. Nos EUA e em países da Europa é assegurado que os consumidores tenham um prazo para testar os produtos e se acaso não se sentirem satisfeitos possam devolvê-los às lojas e terem seu dinheiro de volta. Os produtos devolvidos às lojas voltam para as fábricas, são recondicionados e vendidos com preços mais baratos. Grande parte desses produtos são idênticos aos originais, alguns inclusive avisam na própria caixa que são refurbished, mas seus donos sequer desconfiam. Faça o teste você mesmo, tente descobrir se sua câmera digital, seu GPS, ou qualquer eletrônico é ou não refurbished.

No caso do Nintendo DS refurbished, o recondicionamento é facilmente reconhecível, pois ele apresenta diferenças em termos de qualidade. Isso ocorre por que geralmente as peças trocadas são alternativas com qualidade inferior. O comentário em diversos fóruns é de que a placa-mãe do Nintendo DS refurbished é idêntica a de um original, porém a parte externa (carcaça), a bateria e o carregador são alternativos. Existem relatos de carcaças estufadas (mal encaixadas), baterias com autonomia de 2 horas, telas com dead pixels (pontinhos escuros ou claros), borrachinhas de materiais diferentes, etc. De fato, várias dessas coisas podem ocorrer, porém deve-se ter em mente de que o Nintendo DS refurbished pode variar bastante, tanto que é muito difícil caracterizar um refurbished “clássico”.


Tenho quase certeza de que o Nintendo DS refurbished não seja realmente refurbished, mas sim um modelo alternativo de menor qualidade. Afinal, pare e pense... com a quantidade de refurbished sendo vendida seria necessário que todos os Nintendo DS originais dessem problema e voltassem às fábricas, certo?


É fato consumado que a grande parte dos proprietários de Nintendo DS não sabe que possui um refurbished, principalmente aqueles que afirmam “o meu não é refurbished, comprei pelo Mercado Livre”. Isso ocorre tanto pela malandragem quanto pela ignorância dos próprios vendedores do Mercado Livre, que na maioria não conhecem os produtos que vendem. O problema é que tem muita, mas muita gente mesmo comprando Nintendo DS refurbished como se fosse original. Pra quem deseja realmente comprar um Nintendo DS refurbished, por que pagar 400 reais no Mercado Livre se você pode pagar 170 reais na Deal Extreme com frete grátis?


Comprando na Deal Extreme

Pra quem nunca comprou nada pela internet, é bom saber que cedo ou tarde vai ter que comprar. Afinal, aonde mais é possível encontrar exatamente aquilo que você quer? Dentre os diversos sites que vendem eletrônicos, os chineses têm se destacado, pois possuem produtos exclusivos, preços imbatíveis, frete aéreo grátis e ampla experiência em vendas. O meu preferido é o Deal Extreme, que possui mais de 30.000 produtos cadastrados (dentre eles o Nintendo DS refurbished) e preços às vezes ridículos. Outro detalhe é que na Deal Extreme você não negocia com pessoas, e sim com um sistema automatizado, que efetua a venda após verificar seu cartão de crédito internacional, recolhe com o distribuidor na China e envia com frete grátis para o Brasil (bem diferente de comprar no Mercado Livre ou Ebay, nos quais negociamos vendedores comuns).

E as desvantagens? Como nem tudo são flores é preciso comentar que por se tratar de uma importação, o produto poderá ser taxado pela Receita Federal, em até 60% de seu valor. Isso quer dizer que se você importar um Nintendo DS para 170 reais (92 dólares) terá que desembolsar 102 reais a mais para liberá-lo das garras da Receita Federal (totalizando 272 reais). Então, antes de se decepcionar já parta do princípio que você será taxado, pois se não for comemore que o lucro é todo seu. Já comprei ao todo 4 produtos na Deal Extreme e nenhum deles foi taxado.

Existem relatos de que produtos com valores declarados acima de 50 dólares são automaticamente taxados, mas isso não é verdade, pois já li em fóruns casos de produtos acima dos 100 dólares que não foram taxados e outros casos em que produtos abaixo dos 10 dólares foram taxados em 60%. O certo é que a Receita trabalha com amostragem, uma vez que a verificação total é obviamente impossível. Outra coisa bastante manjada é o tal do “gift”, uma opção na qual a empresa retira as etiquetas e logos do pacote e o identifica como “gift”, ou “presente pessoal”, numa esperança de que o produto passe pela Receita sem receber taxas. Esqueça, pois atualmente isso é lenda!

Outra desvantagem a ser considerada é a demora desde a compra ao recebimento do produto. O comprador deverá ter muita paciência, pois é normal que, após a compra, o produto demore até 2 meses para ser recebido (um mês na Receita Federal e em trânsito nos Correios). Ou seja, se você precisa do produto hoje, pode esquecer. Quem quer barato paga com a própria paciência.

Enfim, se mesmo com essas desvantagens (cá entre nós, acho que vale a pena) você se interessou e deseja comprar pela Deal Extreme, siga o tutorial abaixo:

1) Faça um cadastro no site Paypal, você precisa ter em mãos seu cartão de crédito ou o de seu responsável (desde que ele saiba...) para informar alguns números do cartão;

2) Faça um cadastro na Deal Extreme;

3) Busque o produto que você deseja e clique Add to cart;

4) Escolha pagar com o paypal;

5) O site vai redirecionar pra um login do paypal;

6) Certifique as informações sobre você (telefone, endereço, etc) e finalize a compra;

7) Verifique seu email pra ver a notificação do Paypal, que dirá que foi feita uma compra no seu cartão com valores em dólar e correspondente em reais;

8) Espere uma semana ou mês (seja paciente...);

9) Verifique sua conta na Deal Extreme pra saber se o número rastreio de seu produto está disponível e se o seu produto já saiu de Hong Kong;

10) Espere mais uma semana/mês (respire fundo... conte até 3...);

11) Entre no site dos correios e procure em rastreamento de objetos (com o número de rastreio que a Deal Extreme fornece) se o seu produto já chegou no Brasil;

12) Verifique o andamento do produto pelo rastreio, onde ele se encontra no momento, etc;

13) Caso você seja taxado pela receita federal (toda importação está sujeita às taxas) o produto aparecerá "aguardando retirada", caso você não seja taxado aparecerá "saiu pra entrega";

14) Aguarde no portão de casa/prédio (ansioso se possível) o carteiro vir lhe entregar em mãos o produto.

15) Comemore, você conseguiu!


Review: Nintendo DS Lite Refurbished

Caixa do Nintendo DS Lite refurbished: idêntica a do original

E finalmente, após 2 meses de espera, o meu Nintendo DS chegou impecável, nas cores azul cobalto + preto.
Eis o conteúdo tão aguardado

A caixa é idêntica a de um original comprado no Brasil, exceto, claro, pela ausência das etiquetas nacionais. A qualidade de impressão da caixa é excelente. No “unboxing” podemos perceber as primeiras diferenças. Primeiro a ausência dos manuais coloridos, termos de garantias (que originalmente vêem dentro de um pacote plástico). Ao invés deles apenas um manual simples, na verdade um xerox pouco explicativo. Um comentário clássico sobre o refurbished é que ele vem envolto em um plástico, quase como um papel filme. O meu Nintendo DS veio diferente, envolto num plástico-isopor, idêntico ao original. O carregador, conforme era esperado, é alternativo e muito curto, com apenas um metro de extensão, tem o logo da Nintendo, tem contatos retráteis e funciona normalmente. O refurbished conta apenas uma stylus, a caneta usada para interagir com a tela touchscreen, ao contrário do original que vem com uma stylus extra, que fica como reserva. A grande surpresa foi a qualidade da stylus do refurbished, da mesma cor do aparelho e com ponta em material acrílico transparente e liso (bem melhor que a stylus mostrada nas fotos da Deal Extreme).
Agora vamos analisar a “máquina”! A primeira impressão foi excelente, o Nintendo DS Lite é lindo, seu design moderno e elegante eliminou a “cara de brinquedo” do Nintendo DS fat. Para mim, as diferenças externas não foram significativas o suficiente para reprovar o refurbished. O ponto mais negativo foi a cor levemente diferente do botão L, que possui um tom mais puxado para o cinza. Na parte traseira, o espaço onde fica o número de série da Nintendo está vazio, apesar desse número ser facilmente encontrado até em carcaças alternativas vendidas em diversos sites. A proteção do slot 2, própria para cartuchos de Gameboy Advance e outros acessórios, é bem difícil de ser retirada... não sei se isso é comum no Nintendo DS original. Uma característica clássica do refurbished é o tipo de fenda dos parafusos, que são em formato [+], enquanto que no original são em formato [Y]. Curiosamente, meu Nintendo DS possui os dois tipos, parafusos com fendas em [Y] como principais e parafusos com fendas em [+] na parte dos slots e no compartimento da bateria.

Montagem com todas as faces do Nintendo DS refurbished,
exceto a parte de baixo, mostrada na próxima foto


Parte traseira do Nintendo DS refurbished, destacando o botão L
com cor levemente acinzentada e a ausência do número de série


Detalhe do parafuso com fenda em Y, idêntico ao original


Abrindo o Nintendo DS ele dá dois “clicks” como se travasse a abertura em posições ideais para o uso. Percebi que o direcional é um pouco frouxo, como se estivesse “solto”. Ao jogar, senti que ele é um pouco duro e requer uma pressão mais forte do que os direcionais de outros videogames ou aparelhos como o Dingoo A-320 (review aqui nesse blog), apenas uma questão de adaptação. Na parte da tela superior ele possui parafusos recobertos por borrachinhas típicas de modelos refurbished, pois são de material diferente cujo encaixe não é perfeito.


Detalhe do Nintendo DS e da stylus no aplicativo Pictochat 

Ao ligar o aparelho, tudo funcionou perfeitamente. A tela touch é menos sensível do que eu imaginava, talvez por que quando eu testei estava com pena de “meter a caneta” nela. Depois pude perceber que ela funciona normalmente. Chama a atenção a cor um pouco mais amarelada da tela touch em relação à tela superior, mas de acordo com comentários que li em fóruns isso é normal inclusive no Nintendo DS original. Percebi apenas um dead pixel na tela touch, e nenhum na tela superior. De acordo com outros reviews, a presença de dead pixels é bastante comum, então, creio que tive sorte.

Tela superior impecável: nenhum dead pixel (sorte?)

Tela do jogo Resident Evil Deadly Silence, destacando o único dead pixel
que veio no refurbished (clique na foto para ver em tamanho grande)


Testei o sistema wi-fi embutido, através do qual o Nintendo DS pode se comunicar (disputas e bate-papo) com outros Nintendo DS dentro de uma mesma sala (rede local) ou com outros Nintendo DS ao mundo inteiro com auxílio de um roteador wireless (com acesso à internet). Em casa, como uso a rede na codificação WAP, ele não identificou a rede. Testei num shopping e ele identificou automaticamente a rede em codificação WEP e se conectou. O jogo testado foi o Mario Kart, que funcionou perfeitamente, rápido para conectar, recrutar adversários e sem atrasos na jogabilidade (lags)

Na Deal Extreme existem modelos de Nintendo DS com diferentes tipos de baterias, os de 800, 1600 e 1800 mAh. Esse foi o fator que pesou na escolha do modelo Cobalt. Fiz alguns testes de autonomia com a bateria. Com iluminação máxima e som direto dos autofalentes do Nintendo DS a autonomia da bateria foi muito baixa, cerca de 2 horas e meia a 3 horas no máximo.  Com a iluminação no mínimo e uso de fones de ouvido a autonomia saltou para no mínimo umas 10 horas. O carregamento total dura cerca de 3 horas.

Também comprei na Deal Extreme um bag reforçado na cor azul. Após efetuar o pedido foi que notei o erro grosseiro “Foy DS” estampado na parte superior do bag, em uma foto na Deal Extreme. Mas ao chegar percebi aliviado o “For DS”. O bag é bonito e resistente, porém seu acabamento é ruim, pois o fechamento o deixa um pouco torto. Comprei também um modelo econômico do flashcard Acekard 2i, que veio sem o adaptador USB (usado para passar as roms direto num cartão de memória micro-SD). Aproveitei o final desse post para fazer comentários sobre flashcards e assuntos relacionados.

Bag reforçado na cor do Nintendo DS: vale a pena proteger o que você gosta


Conclusões do review: o Nintendo DS refurbished atendeu plenamente minhas expectativas. A qualidade é realmente inferior a de um original, porém identicamente funcional. Pagar 170 reais por um Nintendo DS não tem preço...


Jogabilidade: o carro-chefe do Nintendo DS

Diferentemente da época em que Gameboy (Nintendo) e Game Gear (Sega) disputavam o mercado de videogames portáteis, o Nintendo DS traz um proposta distinta da proposta de seu concorrente, o PSP. Se por um lado o Nintendo DS não atinge a mesma performance gráfica e sonora que o PSP, ele desbanca facilmente o concorrente no quesito jogabilidade. Como “marinheiro de primeira viagem”, eu pude finalmente entender o tamanho da revolução gerada pelas duas telas e pela stylus. A tela touch, sensível ao toque permite experiências únicas e que tornam os jogos muito mais interessantes. Quase me esqueci de falar que o Nintendo DS também tem um microfone embutido, que permite outras maneiras de interação. Por exemplo, ao jogar The Sims 2 Castaway ( The Sims Náufragos), a personagem se depara com a tarefa de acender uma fogueira, que nem o filme do Tom Hanks... então, após apanhar alguns gravetos deve friccionar a stylus contra eles num movimento rápido e contínuo para que a temperatura da madeira suba... quando ela atinge o máximo, é preciso soprar várias vezes contra o microfone do Nintendo DS até que a fogueira finalmente acenda.

Nossa... dei muitas gargalhadas e achei isso extremamente interessante pois eu estava diante de uma nova forma de interação virtual, diferente de tudo o que eu tinha conhecido. Jogos como o GTA Chinatown Wars também fazem uso inteligente da tela touch e do microfone, como por exemplo, desparafusando a ignição de um carro para forçar um curto-circuito ou assobiando para chamar um taxi (cara, muito louco isso!). Em jogos de tiro em primeira pessoa como Metroid Prime Hunters e Moon a tela touch funciona como se fosse o mouse num computador, direcionando a mira que é visualizada na tela superior. Sinceramente, tirei meu chapéu para a Nintendo, pois eles sabem o que fazem!


Usando a caneta stylus para dar partida no carro: jogabilidade sensacional



A polêmica dos Flashcards


Flashcard Acekard 2i: permite rodar homebrews e roms no Nintendo DS,
desde que usuário possua uma cópia legal dos jogos (cartucho original) 

O flashcard é um dispositivo que simula um cartucho de videogame a partir de uma memória flash interna, na qual podem ser gravados ou apagados as roms dos jogos, baixados na internet. Ele existe desde a época do Gameboy Color, no entanto sua popularização veio com o Nintendo DS, trazendo à tona uma verdade inconveniente... a pirataria.
O Nintendo DS utiliza cartão de jogo, semelhante aos antigos cartuchos, enquanto que seu concorrente PSP possui uma mídia exclusiva e cara, que é o disco UMD. A pirataria no PSP ocorre a partir do desbloqueio do aparelho e de roms que rodam a partir de um cartão de memória, no entanto, os modelos mais recentes de PSP são bloqueados contra a pirataria. Já no caso do Nintendo DS, não existe bloqueio contra a pirataria e as roms rodam a partir de flashcards, que possuem slot para a introdução de cartões de memória (geralmente do tipo micro-SD) com diferentes capacidades (1, 2, 4, 8GB, etc).

Detalhe do slot do flashcard para introdução do cartão micro-SD

Antes de cair na hipocrisia, pretendo fazer uma reflexão sobre o caso. Vejam, de acordo com Lei, o uso de uma rom através de flashcard só é permitido quando o usuário do Nintendo DS possui o cartão de jogo original. É a mesma coisa que ocorre com os arquivos mp3, teoricamente (teoricamente né) você não poderia baixar um disco e ficar escutando as músicas, certo? Mas, se você possui o CD original, por que não poderia transformá-las em formato mp3? Afinal, existe outra maneira de enfiar um CD de 12 cm de diâmetro num player portátil com 5 cm de comprimento? No caso do Nintendo DS, se alguém possui 20 cartões de jogo originais, que mal faria baixar as mesmas roms e armazená-las num simples flashcard? Nenhum... pois está dentro da Lei. Uma outra realidade são as homebrews, que são os aplicativos e jogos desenvolvidos por programadores amadores, que não possuem outra maneira de funcionar a não ser através de um flashcard. Hoje em dia, qualquer aparelho que é lançado está sujeito à curiosidade sem limites de programadores amadores que criam programas e jogos incríveis sem fins lucrativos, apenas pelo desafio e pela reconhecimento perante os usuários dos aparelhos. A Nintendo e a Sony ainda têm dificuldades em admitir esse tipo de liberdade, a customização, o legítimo estilo “faça você mesmo”. É por isso que aparelhos alternativos como o Dingoo ou o Wiz têm público cativo.


Voltando à questão da pirataria, ela é realmente um problema sério, que prejudica a indústria e conseqüentemente a sociedade, que perde em empregos e em qualidade dos produtos. Quando os produtos fabricados no Brasil entram no mercado, podem se deparar com outros importados bem mais baratos devido ao baixo custo de fabricação no exterior (mão-de-obra barata, incentivos de seus governos). Nesse caso os impostos sobre os produtos importados são justificados, pois protegem os produtos fabricados aqui no país. Mas e no caso do Nintendo DS? Ele não é fabricado no Brasil. Então, por que será que um Nintendo DS Lite original que nos EUA custa 130 dólares (240 reais) chega a ser vendido no Brasil por 650 reais? Lembre-se, que mesmo importando dos EUA um original e pagando os 60% de imposto o preço do Nintendo DS original fica em torno de 385 reais. Onde eu quero chegar com isso? Que o preço de um Nintendo DS Lite no Brasil é um abuso, um insulto à inteligência do cidadão!


Se o preço de um simples jogo como o Mario Kart DS nos EUA é de 22 dólares (41 reais), por que é que no Brasil o mesmo jogo custa 200 reais?

Enquanto os impostos sobre os videogames continuarem abusivos, totalmente sem noção do jeito que estão os flashcards continuarão a prosperar em terras tupiniquins, pois jogos originais no Brasil não são apenas caros, são inviáveis!


Diante dessa realidade, a campanha intitulada “Imposto Justo para Videogames” tem feito muito sucesso e atingido a meta proposta, que é tornar realidade o projeto de lei 300/07, apresentado em 2007 pelo então deputado Carlito Merrs (PT-SC), que estende para os videogames os benefícios que desoneram produtos de informática. Quem quiser conhecer mais sobre essa campanha (e apoiar a causa) acesse:



Enquanto isso, no resto do mundo, a Nintendo trava uma verdadeira batalha contra os flashcards, abolindo suas vendas em quase todos os sites, inclusive na Deal Extreme, que vendia diferentes modelos por preços baixíssimos. Após um primeiro golpe da Nintendo, a Deal Extreme retirou de seu site os anúncios dos flashcards, mas continuou a vendê-los em “off”, deixando dúvidas se a compra era ou não efetivada. Logo depois, o sistema de vendas em “off” foi descoberto e definitivamente cancelado.

Após a veiculação da campanha Imposto Justo para Videogames, pude perceber um consenso, em diversos blogs e fóruns, de que acaso os preços de videogames e jogos fossem mais baratos no Brasil, grande parte das pessoas comprariam produtos originais, alguns inclusive destacaram que não comprariam flashcards. Acho que essa é a solução contra a pirataria no Brasil, dar condições para que as pessoas prefiram e possam comprar videogames e jogos originais. Eu mesmo pretendo adquirir jogos originais para meu Nintendo DS, mas desde que não me sinta descaradamente roubado.



Links

Quer comprar seu Nintendo DS refurbished? Recomendo: http://www.dealextreme.com/search.dx/search.nintendo%20ds%20refurbished
Quer saber mais sobre o Nintendo DS? http://pt.wikipedia.org/wiki/Nintendo_DS
(Obs.: essa é a página do Nintendo DS original, a versão do Nintendo DS nesse review é a Lite)
Quer acompanhar novidades, ler reviews, ver fotos e assistir gameplays de jogos? http://ds.ign.com/