segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Céus de Atari

Houve um tempo em que o mundo era quadrado, mesmo vivendo numa nova era da democracia no Brasil. Nos anos 80 a globalização ainda não era a cultura do mundo, ainda se falava em socialismo, países de segundo mundo e Tancredo Neves. Eu me importava mais com Pirata do Espaço (GroiserX), palhaço Carequinha, Xuxa da Rede Manchete e a Turma do Balão Mágico. Sim, a TV pra mim foi referência de muita coisa legal, assim como para a maioria dos espectadores, atualmente pais e mães de família, com mais de 30 anos. Foi logo depois dessa época, em 1988, de véspera pra viajar pra “terra do futuro” (Porto Alegre) que eu cheguei à casa de um amigo e ele estava brincando com a TV. Isso mesmo, a TV mostrava desenhos multicoloridos, sons animados e, inacreditavelmente, ele podia orquestrar tudo aquilo com as mãos. Eu tentei jogar, mas achei um pouco difícil e preferi ficar admirando tudo aquilo. Perguntei o que era aquilo e ele me disse: é um videogame.

O que que é isso? Isso é um videogame...

Um ano depois, no natal de 1989, meu pai me deu um Supergame CCE VG-3000, um clone brasileiro do Atari 2600, já ultrapassado no resto do mundo, porém novidade emocionante pra mim. Depois de seguir à risca a instalação que vinha no manual do produto, nada ocorreu e, assim, passei mais de cinco dias angustiado e me curar de uma gripe que já me deixara preso em casa por mais de uma semana. Foi aí que um amigo mais jovem de meu pai, que manjava de videogames foi lá em casa e resolveu o problema apenas encaixando o cartucho, que estava apenas inserido no slot, mas não encaixado. Tenho que revelar que melhorei da gripe mais instantaneamente que miojo. Foram dias seguidos de Pac-man, Chopper Command e Megamania. Dias depois outros jogos, como Keystone Kappers, Jawbreak, Seaquest, Flash Gordon, Demon Atack e Mr. Postman, debutaram na coleção. Eu queria democratizar o videogame, queria que todo mundo pudesse jogar sem pagar, e assim transformei o apartamento de meus pais num verdadeiro fliperama às vezes com mais de 20 amigos (e até gente que eu nunca tinha visto), numa só sala. Obviamente isso não durou muito.

Com meu Supergame CCE eu tentei fazer do AP de meus pais
um fliperama gratuito (que não durou muito tempo)


Com o passar dos anos vieram os 8 bits, os 16 bits, jogos holográficos como o Trime Traveler, jogos filmados como o Mad Dog McCree e simuladores realistas. Tudo em minha volta transpirava modernidade e eu tinha certeza de que vivia com um pé no futuro, afinal nada era mais moderno do que passar spray Studio Line no cabelo, calçar um tênis M2000 com amortecedor, escutar a recém tocada Sweet Child O’Mine e claro, jogar videogame.
Plantamos a vida e colhemos o amadurecimento e a responsabilidade, entretanto, a diversão, que é boa, continua a mesma de antes. O problema é aquele velho “trilema”: quando somos jovens, temos saúde, temos tempo, mas não temos dinheiro... quando somos adultos temos saúde, dinheiro, mas não temos tempo... e quando estamos velhos, temos tempo, temos dinheiro, mas não temos saúde. E então, o que fazer? "Viver e deixar morrer", ser você mesmo, sempre.
Jogar videogame seria uma perda de tempo? E jogar futebol... também não seria? (mas o futebol faz bem para o corpo... ok, já ouviu falar de Wii Sports?). Atualmente o videogame é um elemento da cultura globalizada. Quem o rejeita, enquanto manifestação cultural, simplesmente ignora a criatividade, a tecnologia, os empregos gerados e o poder de uma indústria que fatura mais que o cinema e a música juntos, por puro e simples preconceito... talvez por não entender algo alheio à sua formação pessoal, ou não se deixar seduzir pela magia gerada pela virtualidade.

Aonde seria possível nos desligarmos, por um instante, de uma vida cheia de trabalho e responsabilidade, de nossos compromissos com o mundo real, para vivermos novas experiências, tomar uma nave espacial, lutarmos por uma causa e sermos heróis ao final do dia? Pois é, esse sentimento de descoberta e desafio passou a ser mútuo com o advento da internet e dos jogos em rede. Atualmente, a imersão virtual é tão grande que, curiosamente, me remete a alguns filmes que marcaram minha infância de “Sessão da Tarde”. Um deles era o The Last Starfighter, conhecido aqui no Brasil como “O último guerreiro das estrelas”. Neste filme dirigido por Nick Castle, o adolescente Alex Rogan, que vive numa cidade de interior, tem como hobby jogar o arcade (fliperama) Starfighter, um jogo de batalha espacial. Certa noite, ao bater o recorde do jogo ele se depara com o criador do jogo, Centauri, que o saúda e convida para “dar uma volta”. Só que o carro de Centauri se transforma numa espaçonave e parte com eles para o distante planeta de Rylos e lá Alex descobre que Centauri é um alien, que a batalha simulada que ele jogava é real e que agora ele é um piloto e a última esperança de um povo. Precisa dizer que eu pirava com esse filme pirado? Bater o recorde dos jogos de Atari se transformou numa meta a ser perseguida. Afinal, vai que um alien aparecesse em casa te convidando pra salvar a galáxia né? Era preciso estar preparado...

Alex Rogan encarnava o herói que todo gamer dos anos 80 sonhava ser

O cult Tron, filme de ficção da Disney e um dos pioneiros a utilizar efeitos de computação gráfica, foi uma revolução. Ao contrário do The Last Starfighter, Tron desmaterializa o mocinho Kevin Flynn para dentro do videogame onde ele se torna o programa Clu, que precisa se aliar aos programas Tron e Yori, personagens que lutam contra um opressor numa sociedade futurista.

Heróis virtuais, quantos será que existem ao redor do mundo? 

Realidade virtual, efeitos digitais, meu, isso aí era o futuro!

O visual desse filme, marcado por personagens e cenários neón é algo marcante. Foi meu primeiro contato com a noção de um “mundo virtual”, análogo, porém diferente do mundo de Matrix. O mundo de Tron era totalmente digital, um mundo que não era melhor ou pior, mas diferente. Isso tomava a minha imaginação, e eu tentava entender o que criava aqueles mundos quadrados e coloridos... o que existiria além dos céus de Atari.

Passei a admirar a maneira de como os programadores expressavam a realidade ou a fantasia nos jogos. Tecnologicamente limitados, os jogos de Atari exibiam poucos detalhes na tela da TV. A maioria dos jogos se esforçava para funcionar, ou seja, eles não tinham nada de beleza. Nadando contra a maré, a Activision, empresa desmembrada da Atari, criou os mais bonitos e criativos jogos da época. Eles chamavam a atenção pela riqueza de detalhes e cenários sempre coloridos. Eram nesses jogos que minha imaginação fértil soltava os pés do chão.
Difícil não se encantar pelo desafio e pela curiosidade, do que se passava por trás dos céus em perfeitos degradês. Estes apareciam em diversos jogos, em especial no Enduro, cujo céu mudava constantemente ao longo do jogo, dando a impressão de dia, entardecer, noite e amanhecer... era uma corrida infinita numa busca por um céu colorido e suas montanhas distantes... os confins do mundo.

Enduro: correndo até os confins do mundo

Frostbite também usava esse recurso muito bem... deixando a impressão de “noite polar com aurora boreal”.

Frostbite: horizonte paralelo à desolação do ártico

O BMX Airmaster exibia um degradê vespertino, que me remete às tardes de domingo que eu passava no Parque Marinha, cujo shopping vizinho (Praia de Belas) era nada mais nada menos que o mesmo do jogo Keystone Kappers. Seaquest, Chopper Command, Oink!, Barnstorming, entre muitos outros, apresentavam esse efeito para simbolizar um céu sem limites de imaginação... um céu livre para um mundo de possibilidades...
 
BMX Airmaster e Keystone Kappers: representação digital
das tardes de domingo no Parque Marinha e no Shopping Praia de Belas 

Esse post é mais filho do meu saudosismo, do que de meu desabafo pela falta de tempo que tenho para me divertir. É o sentimento que vaza talvez em função de um novo ciclo que se inicia em minha vida... um céu real de desafios e possibilidades.

Links

Quer matar a saudade velhinho(a)?

Que tal assistir ao Tron, maravilha cinematográfica e tecnológica de 1982?




quinta-feira, 16 de setembro de 2010

REVIEW: PSP 3000



Libertado dos grilhões retro-xiitas e destituído de preconceitos contra as novidades do mundo dos games, aqui estou eu novamente, em mais um review sobre o supra-sumo da tecnologia portátil atual, o SONY Playstation Portable, ou PSP.

Após vislumbrar um mundo novo com o Nintendo DS Lite, alimentei a idéia de possuir um PSP. Naquele início de agosto, o Nintendo 3DS era apenas uma promessa revelada na última E3 (uma das principais feiras de videogames que ocorre todo ano em Los Angeles), ou seja, o momento ainda estava propício para adquirir o PSP e aproveitar seu potencial.

Haviam duas opções: adquirir um PSP 2000 usado, hackeado com custom firmware para rodar tanto homebrews como também isos (arquivos ripados dos jogos originais); ou adquirir um PSP 3000, novinho em folha, com firmware atualizado e bloqueado contra programas e jogos “piratas”. Apesar da SONY ser uma empresa eficiente na proteção de seus produtos contra a pirataria, com muito empenho, hackers conseguem achar brechas na programação e desenvolvem programas que permitem o domínio de firmware mais antigas e assim, o uso de homebrews e isos.

Pesquisando o mundo do PSP, percebi que a maioria dos gamers possui modelos antigos e hackeados. Por isso, quando alguém comenta que comprou um PSP 3000 novo, não demora a ser ridicularizado, bem como ter seu PSP novo rotulado como “peso-de-papel”, algo que não serve pra nada.


Existe vida com o PSP 3000 bloqueado?


Sim, existe. Consegui adquirir meu PSP 3000 (versão 3010, designação do PSP vendido no Brasil) pelo Carrefour, a um custo de R$ 599 (em suaves prestações). Ele veio na caixa original preta e branca, com bateria, carregador, manuais e garantia de 3 meses. Aproveitei e, com antecedência, comprei um combo de memory stick PRO DUO 4GB + fones originais da SONY, e logo depois um bag reforçado na Price Angels.

Caixa do PSP 3000: enfim, um sonho realizado

Logo ao tirar o console da caixa pude notar que ele é bem mais leve que o Nintendo DS, e não é tão grande quanto falam. A tela LCD widescreen de 4.3 polegadas é realmente um luxo, e em conjunto com o joystick analógico, a bandeja de UMD (mídia exclusiva do PSP) e o design geral, deixa uma impressão de que se trata de um videogame bem mais moderno que seu concorrente, o Nintendo DS. Essa nova reformulação do PSP trouxe como adicionais o microfone embutido, suporte ao Skype embutido e também uma tela LCD nova, anti-reflexiva, com cores mais vivas e menor tempo de resposta em comparação com as telas LCD dos modelos anteriores. Existe uma polêmica devido ao aparecimento de scanlines nesse novo modelo de tela LCD, porém achei a qualidade de reprodução excelente, assim como foi confirmada por outros reviews que li.

Ao ligar o PSP há uma tela de configurações gerais e depois o menu clássico intuitivo, que muda a cor mensalmente. Testei a internet em vários lugares, tais como shopping, aeroporto, faculdade, e o resultado foi satisfatório. Ele consegue identificar e conectar em redes wi-fi livres e nas protegidas WEP e WPA (desde que se saiba a chave/senha). A maior dificuldade é a ausência de teclado, forçando a digitação num esquema semelhante ao de celulares. Isso limitou minha paciência apenas para emails ou notícias.


Browser de internet no PSP: quebra-galho


O suporte à música é simples, roda mp3, porém apresenta o inconveniente de vir travado para arquivos wma (copiados de um CD original), que só são liberados após acesso à internet para aceite de termos banais. O suporte a vídeos é controverso, por um lado temos uma interface amigável e uma visualização primorosa na tela LCD widescreen, por outro o suporte restrito apenas a arquivos mp4 AVC, talvez a maior decepção que tive com o PSP. Para tentar contornar esse problema, baixei uns três programas para converter vídeos, porém não obtive sucesso algum e fiquei na dependência de sites com filmes já convertidos para PSP ou iPOD.


Comprando jogos na PSN


Conforme falei, o PSP 3000 vem bloqueado contra jogos piratas. Desse modo, restam os jogos originais e os demos baixados em sites avulsos ou na Playstation Network (PSN). O problema é que a PSN apenas recentemente prometeu suporte ao Brasil, de modo que o cadastro deve ser forjado como estrangeiro (EUA, Europa, Japão, principalmente) para permitir o acesso. Para desfrutar dos recursos da PSN é necessário baixar um programa gerenciador chamado MediaGO, cuja interface facilita o acesso à PSN e o manejo dos arquivos baixados. A PSN permite o download de demos de vários jogos, temas e vídeos sobre lançamentos. O grande atrativo é a venda de jogos, divididos nas categorias PSP (uma grande biblioteca de jogos originais do console), PSOne Classics (jogos originais de Playstation 1) e Minis (jogos simples, semelhantes aos jogos em flash). É possível encontrar jogos de PSOne por apenas US$ 5,99, jogos de PSP em oferta por US$ 9,99 ou até títulos mais cobiçados como o God of War: Chains of Olympus por US$ 19,99. Nesse caso, direito a uma cópia digital do jogo sai bem mais barato que comprar a mídia física no Brasil ou importá-la de sites como a Playasia, porém exige bastante espaço no memory stick.


Interface do MediaGO: solução fácil para comprar
e administrar downloads

Para comprar um jogo é preciso fazer o login na PSN, pelo próprio MediaGO e adicionar créditos à sua conta. Para adicionar créditos é preciso comprar um cartão PSN, os quais são vendidos em diversos estabelecimentos como farmácias, supermercados, etc dos EUA, Europa e Japão. O brasileiro pode comprar esses cartões via Mercado Livre ou de diversos sites pagando com Paypal (veja o tutorial do Paypal no review do Nintendo DS). Eu utilizei esta segunda opção devido à facilidade e segurança. O mais legal é que esses sites ao receberem o pagamento do Paypal, enviam automaticamente para seu email o código do cartão PSN, ou seja, você não precisa esperar por um cartão físico, é só acessar seu email, copiar o código e adicionar na PSN para que seus créditos estejam disponíveis.
Cheio de créditos é só efetuar a compra, baixar o jogo escolhido e tranferir pro PSP, que o reconhecerá e rodará sem problemas.


Comprando jogos na Playasia

Todo mundo sabe que, no Brasil, os impostos abusivos sobre jogos e videogames encarecem esses produtos a preços irracionais. Assim, a solução para essa “imposição da vida” é importar jogos originais por preços mais compatíveis com a realidade. Dentre as opções que pesquisei as melhores são sem dúvida o Ebay e a Playasia. Ainda não fiz nenhuma compra no Ebay, talvez pela semelhança que tem com o Mercado Livre, o qual eu não simpatizo. Na Playasia, os jogos de PSP são 100% originais e com preços bem interessantes como, por exemplo, a série PSP Greatest Hits a US$ 24,90, cada UMD. Também é possível encontrar UMDs por US$ 12,90.

Comprar na Playasia é semelhante a comprar na Deal Extreme, Panda Will e outras lojas chinesas, no entanto, o site parece ser bem mais profissional. É preciso efetuar o cadastro e o login, escolher o jogo, a forma de envio e pagar com o Paypal. Infelizmente, o frete comum por air mail (o qual possui menor chance de taxação na alfândega) tem um custo em torno de US$ 6,50. O produto é enviado conforme sua disponibilidade, normalmente variando de 24h a uma semana. Todos os UMDs que comprei vieram lacrados envoltos em plástico bolha e empacotados em papelão resistente.


Mídia física (UMD) ou Mídia digital (download)?


O preço da brincadeira exige uma análise crítica em relação aos tipos de mídia a serem adquiridas. Qual seria o mais indicado: o UMD ou o download?

Os jogos comprados na PSN permitem até 5 downloads, que inclusive podem ser utilizados por PSPs diferentes. No entanto, essa prática de compartilhamento está sujeita ao banimento do cadastro na PSN. O preço do download, obviamente, é mais em conta que o do UMD, porém, poderia ser ainda mais, pois não há custos com a confecção da mídia física, nem com transporte ou com outros encargos. Desse modo, quem mais lucra com o download é a própria SONY. As vantagens do download seriam as seguintes: o preço, mais barato que o do UMD; o jogo é baixado e disponibilizado rapidamente, ao contrário do UMD que exige frete e com isso, tempo e maiores custos; funciona direto do memory stick, logo, possui leitura mais rápida, o que economiza a bateria do PSP; e como fica armazenado no memory stick, não exige espaço ou cuidados como um UMD.

O fetiche de possuir a mídia física é algo a se considerar. De fato, o UMD é uma mídia bonita e possui como extras os manuais e a caixa do jogo. É simplesmente um luxo. As vantagens do UMD seriam as seguintes: caso você enjoe do jogo, poderá vendê-lo como usado aqui no Brasil, ou seja, por um preço igual ou até mesmo maior do que o que você comprou na Playasia; o jogo não ocupa espaço no memory stick, logo, não necessita um memory stick extra.


Jogo original de PSP: inclui UMD, box, manual e poster,
um fetiche luxuoso que vale a pena!

O PSP Go, modelo mais recente e reformulado do PSP não possui a bandeja para UMDs, logo, a única opção que se dispõe é comprar jogos via PSN e armazená-los nos seus 16 GB  de memória interna. No PSP 3000 existem ambas possibilidades: download (memory stick) e UMD. Assisti alguns vídeos que comparavam os tempos de leituras (loadings) de jogos direto do memory stick e do UMD, mas não achei a diferença significativa. Creio que nesse ponto a economia da bateria do PSP durante a leitura do memory stick seja a principal vantagem, uma vez que ele consome muito mais rodando o UMD na bandeja.

A única regra é a seguinte: economizar dinheiro. Por exemplo, se você encontrar um download de um jogo na PSN por US$ 25, então é melhor optar pela compra do UMD pelo mesmo valor (mesmo que pague a mais pelo frete). Caso o download esteja em oferta, digamos por uns US$ 9,90 e o download por 25, então o download se torna uma opção inteligente. É preciso comentar que a biblioteca da PSN está longe de ser completa. Por outro lado, jogos de PS1 para rodar no PSP só estão disponíveis nela.

É interessante ficar sempre de olho nas ofertas tanto da PSN como da Playasia, optando sempre pela opção mais conveniente.


Jogos incríveis e gráficos perfeitos


Logo que meu PSP chegou, tratei de adicionar demos gratuitos da PSN e também baixados em outros sites. Pude conferir a maioria e me impressionar com a qualidade gráfica e sonora do PSP, bem como com a jogabilidade através do joystick analógico e dos botões de resposta rápida.


Vamos por partes... primeiro vou comentar sobre os jogos que comprei e depois sobre os demos.


O primeiro jogo que adquiri foi o Silent Hill Origins, em promoção na PSN por US$ 9,90. O jogo é praticamente um filme jogável, muito bem feito, com detalhes impressionantes nas personagens e nos cenários, efeitos de luz e sombras realísticos e um enredo perturbador. Não minto ao dizer que dei uns pulos de susto e meu coração acelerou em algumas partes. É um excelente jogo e por esse preço é altamente recomendável.


Silent Hill Origins: aterroriza inclusive os marmanjos

O segundo jogo que comprei na PSN foi o Resident Evil 2 de PS1 (PSOne Classics), jogo bastante conhecido e aclamado pela crítica e que me custou US$ 5,99. O grande motivo é que eu havia gostado muito do Resident Evil Deadly Silence do Nintendo DS, assim, o Resident Evil 2 no PSP daria continuidade à história. Esse Resident Evil 2 é praticamente o mesmo jogo de PS1 (que incluía “2 CDs”), porém com manual digital como bônus e diversas opções de configuração. A tela do PSP é widescreen 16:9 e a tela do PS1 é 4:3, assim, é possível jogar no tamanho original (e tarjas pretas laterais), estendido, etc. Por esse preço a PSN dispõe também de outros títulos, como por exemplo, Resident Evil 1 e 3 e Metal Gear Solid.



Resident Evil 2: jogos inesquecíveis renascidos na tela do PSP

O terceiro jogo foi adquirido em UMD após uma longa reflexão... Eu queria um jogo divertido, bem feito e que tivesse um ótimo fator replay, ou seja, que pudesse ser jogado várias vezes, de diferentes formas e que não enjoasse fácil. Minha escolha foi o Grand Theft Auto: Liberty City Stories, versão Greatest Hits comprada na Playasia por US$ 24,90. A caixa do jogo é bem bonita, inclui um manual em formato de jornal sarcástico e um pôster. Com jogabilidade sensacional e enredo malicioso e divertido, o GTA Liberty City Stories é simplesmente viciante. Tudo é possível: completar missões arriscadas, realizar saltos e acrobacias malucas, tocar o terror na sociedade, matar, roubar, fugir da polícia, enfim, doa a quem doer, é impossível não reconhecer GTA Liberty City Stories como um dos melhores jogos do PSP.


Grand Theft Auto Liberty City Stories: bandidagem sem limites

O quarto jogo foi escolhido e comprado junto com o quinto jogo. Pensei, sou fanático por jogos de corrida, categoria bastante privilegiada no PSP, com títulos como Need for Speed, Ridge Racer, etc. Mas esses jogos eu possuía no meu Nintendo DS... eu queria uma novidade, algo próprio do PSP e impressionante: Gran Turismo. Foi uma escolha acertada após acompanhar vários vídeos promocionais e de gameplay desse jogo no Youtube. Apesar de falhas, como a ausência de um modo “carreira”, disputas com apenas quatro carros na pista e loadings muito demorados, o Gran Turismo do PSP supera tudo ao exibir gráficos realistas, boa jogabilidade e mais de 800 carros diferentes que podem ser “comprados” no jogo com o “dinheiro” adquirido com as corridas. O Gran Turismo pode não ter aquele climão “arcade” do Ridge Racer e de outros jogos de corrida do PSP, mas tem um “charme” e “apelo” únicos.


Gran Turismo: simulador realista com mais de 800 carros diferentes

O quinto jogo me fez entender o porquê dos jogadores de PSP são em maioria “sonystas” orgulhosos. Trata-se de God of War: Chains of Olympus, que mantém o merecido título de melhor jogo do PSP. Esqueçam toda a propaganda e fanatismo sobre esse novo ícone na história dos videogames... God of War: Chains of Olympus é simplesmente o jogo mais perfeito que eu já vi. Esmiuçando: enredo envolvente, violência sanguinária num estilo “neo-beat’n’up”, gráficos realistas com efeitos de luz e sombra, movimentação e física incríveis, e tudo isso rodando no talo, levando o processador do PSP aos seus limites. É um título que é “a cara” do PSP, obrigatório, ainda mais pelo preço atual de US$ 19,99 na PSN (download) e US$ 24,90 na Playasia (UMD).

God of War Chains of Olympus: agora eu entendi o tal orgulho sonysta

Instalei diversos demos, alguns bem interessantes como o Little Big Planet e LocoRoco, jogos aparentemente infantis, mas visualmente bonitos. O Medal of Honor Heroes me pareceu um pouco difícil de jogar, talvez eu precise me acostumar com o esquema de mira e com a quantidade de botões necessários durante o jogo. Toca Race Driver 3, Ridge Racer 2 e Flatout Head On são jogos de corrida muito bons, cada um com suas particularidades, no entanto, Ridge Racer 2 no estilo arcade parece um título bem mais dinâmico. Metal Gear Solid Peace Walker possui gráficos espetaculares, porém é um jogo bastante complexo, o que logo se percebe no demorado (porém divertido) tutorial inicial. Resistance Retribution é outro jogo com gráficos intensos e bom nível de desafio. Mod Nation Racers e Lego Batman foram alguns dos jogos que me decepcionaram. O Mod Nation Racers tenta, pretensiosamente, copiar para o PSP a fórmula de sucesso de Mario Kart do Nintendo DS. O Lego Batman, curiosamente, funciona melhor na pequena tela do Nintendo DS, que destaca personagens maiores e cenários com cores mais “dark” e “neón”.


De quantos jogos eu preciso para ser feliz?


Muitos não conseguem se imaginar tendo um videogame bloqueado com 5 ou 10 jogos. Na real... tenho um Nintendo DS Lite com flashcard lotado com 30 jogos baixados na internet, mas quem disse que jogo todos eles? Creio que jogo cerca de 10 e, mais frequentemente, apenas 5 deles. Aonde quero chegar com esse papo? Que não adianta ter mais de 30 jogos num videogame se você não dispõe de tempo ou paciência para todos eles. Muita gente chega a ser neurótica... basta o download do jogo ser disponibilizado, que já copia pro videogame, mesmo que o jogo seja ruim... e o jogo fica lá sem ser jogado, esperando ser deletado. A gente sempre gasta dinheiro com cinema, um almoço num restaurante legal, um CD daquela banda preferida, o que há de errado em pagar por jogos originais? Claro, sejamos inteligentes, se existe uma versão “free” do jogo, isso é ótimo, se não existe é preciso contornar essa situação, comprando após muita pesquisa apenas os jogos preferidos com preços mais baratos. Isso vai exigir do gamer mais atenção com o que realmente jogar e como comprar adequadamente. E a vida segue...


Conclusão


O PSP 3000 é, sem dúvida, um aparelho incrível, capaz de reproduzir os games mais modernos e bonitos já vistos num portátil. Se engana quem acha que o PSP novo, bloqueado, é um peso de papel. É possível contornar esses problemas selecionando seus jogos preferidos e lapidando, em lojas estrangeiras, preços mais baratos dos que os praticados aqui no Brasil. O PSP também é uma excelente aquisição para os jogadores mais casuais, aqueles que gostam de curtir, além de games, música e vídeo com qualidade.



Links

Onde comprar cartões/créditos da PSN com segurança e rapidez?


Quer saber mais sobre o PSP?


Onde baixo o MediaGO?


Onde comprar UMDs de PSP por um preço “justo”?


Onde posso baixar demos de PSP além da PSN?


Onde compro acessórios e memory stick PRO DUO para PSP?

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

REVIEW: Nintendo DS (Panda Will)



E aí pessoal? Tanta coisa pra comentar e pouco tempo pra postar, o certo é que graças a Deus consegui defender minha tese de doutorado e agora terei um pouco mais de tempo para relaxar e escrever um pouco nesse blog.

Minha última postagem foi sobre os tipos de DS refurbished (remanufaturados) vendidos na Deal Extreme. Pois bem, o terceiro DS (presente pra minha outra irmã) foi comprado pela Panda Will, loja semelhante e que vende o DS mais barato (93 dólares), dentre as que já comprei, até agora. O grande diferencial da Panda Will é o atendimento, que dispõe inclusive de um chat on-line, no qual você pode tirar todas as suas dúvidas sobre os produtos que pretende comprar com a atendente (em inglês, lógico). O engraçado são os nomes das atendentes: Mary, Joane, etc... onde já se viram mulheres chinesas com esses nomes?


Review

O DS Lite, na cor branco-polar chegou após 20 dias do pedido. O bag reforçado na mesma cor chegou em cerca de 30 dias. Achei curioso ele ter demorado mais do que o console, mas tudo bem, o segundo bag que pedi um mês antes, pela Deal Extreme, nunca chegou. Essa é mais uma vantagem da Panda Will em relação à Deal Extreme: como é uma loja menor e menos conhecida, ela consegue manter estoques e atender aos pedidos com mais rapidez, coisa que em se tratando de encomendas chinesas é algo a considerar, pois os Correios, antes da demissão do seu presidente, estavam atrasando todas as encomendas em mais de um mês além dos atrasos das lojas chinesas (minha última encomenda demorou 2 meses, um absurdo).


A caixa do terceiro DS lembrou muito a do primeiro que comprei na Deal Extreme, reforçada e com cartão fosco, muito semelhante a do original. O manual veio idêntico ao do segundo DS, ou seja, igual ao original, impresso com qualidade em papel liso. O carregador é preto, estilo genérico, menos bonito que os carregadores dos outros DS, porém com uma vantagem: é bi-volt, coisa que os outros não eram e, por isso, quase ocorreu uma tragédia ao recarregar o segundo DS, já que na Paraíba, onde minha irmã mora, a voltagem é 220 v.



Externamente o DS branco veio recoberto com plásticos protetores, inclusive nas telas. A carcaça dele é linda, em plástico brilhante, lembrando em alguns pontos, acrílico. A parte traseira possui o número de série e parafusos em (+). As telas superior e inferior foram as melhores em comparação com os outros DS que adquiri pela Deal Extreme. Não estou completamente certo, mas na tela superior as cores parecem mais definidas. A tela touch é supersensível, respondendo a todos os comandos com perfeição, além disso possui coloração semelhante a tela superior, ou seja, sem tons amarelados.



O único defeito é que a stylus (caneta) não fixa tão bem quanto nos outros DS. Ela não chega a cair, mas fica um pouco frouxa no local de encaixe. Esse detalhe na verdade não significa muita coisa diante do custo baixíssimo e da diversão que o DS proporciona.


Resumo

Recomendo o DS refurbished da Panda Will, principalmente se o importante é uma entrega rápida ou o comprador precisa esclarecer dúvidas por chat.

Links

http://www.pandawill.com/Wholesale-nintendo-game-console_c192

terça-feira, 6 de julho de 2010

REVIEW: Tipos de Nintendo DS refurbished



Olá pessoal, faz tempo que não posto nesse blog, apesar da vontade e tantos assuntos legais. O motivo dessa ausência é que estou finalizando minha tese de doutorado na maior pressa. Meu review anterior foi sobre o Nintendo DS refurbished. Depois da boa impressão que tive resolvi comprar mais dois Nintendo DS refurbished na Deal Extreme, um para cada irmã que tenho. Ontem à noite os correios entregaram um deles, no qual percebi várias diferenças em relação ao meu primeiro Nintendo DS refurbished. Achei curioso, e relembrei comentários em diversos fóruns sobre diferenças nesses tipos de Nintendo DS, e este foi o motivo desse post.

Bom, vamos lá!


Compra, frete e impostos


Ambos os Nintendo DS foram comprados na Deal Extreme, porém um deles em fevereiro e o outro em maio. O Cobalt (azul metálico + preto) foi o primeiro e demorou 58 dias da compra até chegar no Brasil, passar pela Receita Federal, Correios e ser entregue em minhas mãos. O Crimson (vermelho metálico + preto) foi o segundo, demorou 51 dias nessa aventura da China pra cá. Nenhum deles foi taxado com impostos, o que acredito que tenha haver com a fiscalização daqui do RS e por se tratarem de produtos individuais, nada de lotes. Isso, porém, não é garantia de isenção, pois a sorte é o fator de maior influência nessa questão.

Para facilitar a compreensão do texto eu tratei o meu Nintendo DS Lite Cobalt (azul + preto) como DS1, e o Nintendo DS Lite Crimson (vermelho + preto) da minha irmã como DS2.

 

Embalagens e itens inclusos
Logo ao abrir o pacote do DS2 percebi a diferença, a embalagem dele é totalmente brilhante e menos espessa, diferentemente da embalagem do DS1, que é fosca, mas com desenho do DS brilhante (quase em auto-relevo) e mais resistente, muito semelhante a do Nintendo DS original. O tamanho da caixa é o mesmo, assim como as informações que são idênticas exceto pelo tamanho das fontes que é levemente diferente. A abertura da caixa do DS1 é melhor, mais segura que a do DS2, que mal abri o pacote, já foi se abrindo.


O DS2 veio com um manual preto e branco em papel de excelente qualidade e com informações completas, acredito que seja muito semelhante a do DS original. Enquanto o DS1 veio com uma folha xerox com poucas informações.


O carregador do DS2 é um pouco diferente, mais rígido, com cor mais escura e fio mais longo, com cerca de 25 cm a mais que o do carregador que veio com o DS1. Os parafusos do carregador do DS2 são de um tipo mais específico.

O DS2, além de vir embalado num saquinho de isopor, também veio com um plástico cobrindo a parte superior do DS.


A stylus do DS1 possui ponta em acrílico, mais lisa, enquanto que a do DS2 é do mesmo material da caneta. O encaixe da stylus no DS2 é bem mais fixo e até um pouco difícil de tirar, o que pode ser um ponto positivo que evita a perda da caneta. O encaixe da stylus no DS1 é muito suave, porém, não significa que cai com facilidade.



Partes externas

Abertura

Chamou-me atenção a abertura do DS2, que é suave e possui apenas uma posição fixa, quando ele é aberto totalmente para o jogo. No DS1, ao abrir há dois pontos fixos, um no início da abertura e outro na posição comum de jogo. Ao fixar nesses pontos, o DS1 apresenta “cliques” na abertura, que assustam um pouco e acredito que devem ser os responsáveis por um “ROD” (rachadura of death), que é uma micro-rachadura na dobradiça do DS. Aparentemente o DS2 possui uma carcaça mais resistente, o que me leva a crer que a carcaça do DS1 seja uma alternativa de segunda qualidade. O DS2 apresenta maior estufamento da carcaça, principalmente na parte inferior da tela de touch, o qual não pode ser resolvido apenas empurrando a carcaça do DS. Esse estufamento não compromete nem apresenta riscos ao DS.

 

Parte Traseira
Uma diferença interessante foi a presença do número de série (pirata claro) no DS2, coisa ausente no DS1. Os escritos são os mesmos. A cor das carcaças é um pouco diferente. No DS2 é um preto puxando pra cinza, um pouco mais clara que a do DS1, que é mais escura e com uma tonalidade eu poderia dizem “mais brilhante”. Os parafusos que fecham o compartimento da bateria são diferentes. No DS2 ele é pequeno e foi apertado de um modo “pouco profissional”, o que causou um micro-arranhão e não fixou totalmente a tampa do compartimento, que fica levemente frouxa. No DS1 o parafuso é mais robusto e a tampa fixa.

Os famosos parafusos principais, na parte traseira dos DS são distintos. No DS2 eles têm formato em (+), enquanto que no DS1 têm formato em (Y), que é idêntico aos do Nintendo DS original.

As borrachinhas traseiras, responsáveis pela fixação do DS em superfícies lisas também são diferentes. No DS2 elas são mais discretas, e mais finas, creio que, semelhantes as do Nintendo DS original. Já no DS1 elas são mais proeminentes, mais saltadas e encaixadas um pouco tortas.



Parte frontal aberta

Nessa parte podem ser observadas inúmeras diferenças. Vamos começar...

Primeiro as borrachinhas que recobrem os parafusos da tela superior no DS2 são mais arredondadas e com cor um pouco mais pálida que a da carcaça, o que é semelhante a do original, mas não totalmente, pois do mesmo jeito que as do DS1 elas também não têm encaixe perfeito, o que é sinal clássico de um Nintendo DS refurbished. Por outro lado, no DS1 as borrachinhas são mais escuras e possuem um brilho, totalmente diferente das de um Nintendo DS original.

As borrachas laterais, responsáveis pelo fechamento macio, são mais discretas no DS2, possivelmente mais semelhante as do Nintendo DS original. Enquanto que no DS1 elas são mais estufadas, aparentemente de pior qualidade.

Os orifícios dos alto-falantes no DS2 são maiores do que os do DS1. Não sei se isso seria significativo em relação à qualidade do som, já que o modelo de DS mais moderno, o Nintendo DSi, possui apenas um orifício em cada lado.

As principais diferenças entre os dois tipos de refurbished ocorreram mesmo na qualidade dos botões e das telas touch. No DS1 o direcional é bastante folgado (corre dentro do espaço onde ele está localizado), porém é duro para apertar (necessita de certa pressão). No DS2 o direcional é fixo e não corre, no entanto é mais macio que o do DS1. Essa diferença significa que a jogabilidade no DS2 é bem melhor, mais precisa. Além disso, a cor do direcional e dos botões no DS2 é mais escura. Os outros botões também são diferentes, no DS2 possuem letras menores, o que dá a falsa-impressão de que são menores do que os do DS1. Tenho quase certeza de que no DS2 esses botões possuem superfícies mais planas do que as do DS1. No meu DS1 o botão L tem uma cor diferente, mais acinzentada. Já no DS2 as cores são uniformes e muito semelhantes as da carcaça.


As telas touch dos dois DS refurbished são bastante diferentes. Pra começar, a tela do DS2 é mais amarelada. Isso fica claro quando observada de um ângulo inclinado. De frente essa coloração mais amarelada não é significativa, ou seja, não atrapalha a jogabilidade. No entanto, a superfície da tela touch do DS2 é mais áspera, trava um pouco a stylus, enquanto que no DS1 ela é lisa permite o deslizamento da stylus sem problemas. Saliento que testei as duas stylus na tela touch do DS2 e percebi que o problema realmente é da tela. Outra observação é que a tela touch do DS2 é menos sensível, provavelmente uma tela alternativa com qualidade inferior. Testei a tela touch do DS2 no pictochat e na customização do emblema do Mario Kart, e apesar desses problemas percebi que é apenas uma questão de adaptação.


O DS1 apresentou apenas um hotpixel (pixel de cor diferente dos demais) na tela touch. Já o DS2 não apresentou nenhum hotpixel, nem deadpixels (pixel apagado). Notem que de frente a cor amarelada da tela touch do DS2 é menos perceptível do que num ângulo inclinado.


Os leds indicadores são mais fortes no DS2 e possivelmente parecidos com os do Nintendo DS original.


Resumo


Abaixo, um resumo de caso, sobre pontos favoráveis e empates da qualidade dos dois tipos de Nintendo DS refurbished.

Conclusão

Quero deixar claro, que ambos foram comprados na Deal Extreme, porém em períodos diferentes. Tudo depende dos fornecedores desses produtos à loja online. Creio que os Nintendo DS refurbished de outras lojas como Price Angels e Panda Will devam ser semelhantes a esses dois tipos, talvez mais semelhantes ao DS2, modelo adquirido mais recentemente. Isso no entanto, não é garantido, já que existem inúmeras fábricas chinesas independentes que fornecem esse tipo de produto, o que obviamente vai refletir em produtos de qualidade diferente. O mais importante é ter em mente que o Nintendo DS Lite refurbished é um modelo barato, com qualidade variável e compatível com o seu custo. Cabe ao comprador analisar se vale ou não a pena adquirir um alternativo ao Nintendo DS Lite original.

Links

Review completo sobre Nintendo DS refurbished, incluindo um tutorial para compra: http://lulavenera.blogspot.com/2010/05/review-nintendo-ds-lite-refurbished.html
Nintendo DS refurbished na Deal Extreme:http://www.dealextreme.com/search.dx/search.nintendo%20ds%20refurbished%20console
Nintendo DS refurbished na Price Angels:http://www.priceangels.com/Search_Result_t.html?searchname=nintendo+ds+refurbished+console&parentid=&abc_CRtext=
Nintendo DS refurbished na Panda Will:http://www.pandawill.com/Wholesale-refurbished-nintendo-ds-lite_c197

domingo, 9 de maio de 2010

REVIEW: Nintendo DS Lite Refurbished

Meus amigos... eis que morreu um retrogamer e renasceu simplesmente um gamer. O responsável por essa façanha tem um nome: Nintendo DS Lite.

Nintendo DS Lite: viva la revolucíon!




Calma, pra quem não sabe... retrogamer é aquele jogador que curte sistemas e jogos antigos, um hobby que é misto de diversão e nostalgia. Em contrapartida, o nextgen é o jogador moderno, fissurado por gráficos, poder de processamento, sempre por dentro das últimas novidades. Em fóruns de discussão, é muito comum vermos retrogamers resmungando que “os jogos de hoje não tem diversão... coisa que só existe em jogos antigos” ou nextgens cometendo heresias do tipo “esse Super Mario Bros dessa merda de NES é podre... os gráficos são horríveis”.

Há poucos meses eu integrava o time dos retrogamers, entusiasmado, relembrando jogos antigos em meu Dingoo. Até que um dia num aeroporto eu saquei meu Dingoo do bolso e percebi que o cara do meu lado estava jogando num PSP. Minutos depois uma menina sentou do outro lado (numa poltrona à frente) com um Nintendo DS. Senti naquele momento que o monólito de “2001: Uma Odisséia no Espaço” estava me convidando para evoluir...


Para mim o Nintendo DS era como o monólito do
"2001: Uma Odisséia no Espaço", um convite para a evolução

Comecei a pesquisar sobre o PSP e o Nintendo DS. Cada um tinha seus pontos fortes e fracos. O PSP era moderno, com gráficos espetaculares e jogos de corrida e ação que faziam o meu gênero. O Nintendo DS possuía jogos mais simples e casuais, porém com uma jogabilidade inovadora em função de duas telas, uma delas sensível ao toque (touchscreen) da caneta (stylus) que o acompanhava. A decisão foi bem difícil, mas optei pelo Nintendo DS devido aos seguintes motivos: era mais barato que o PSP; poderia rodar jogos direto de um flashcard (pirataria justificada devido aos impostos abusivos sobre jogos no Brasil); jogos casuais (compatíveis com o pouco tempo que disponho para o hobby); poderia ser trazido da China por menos de um terço do preço nacional (motivo principal).

O motivo dessa postagem foi o fato de o Nintendo DS é vendido no Brasil por preços abusivos. Assim, muita gente paga mais que o dobro do produto em imposto e muita gente deixa de comprar justamente por esse motivo. A verdade é que muitos desconhecem a existência de um Nintendo DS bem mais barato, o refurbished. Por outro lado, grande parte dos que conhecem o refurbished tem receio ou medo só de ouvir essa palavra. Então, vamos matar esse bicho de uma vez!

O que é esse refurbished?? O termo refurbished é empregado em vários produtos, principalmente produtos eletrônicos como câmeras digitais, celulares, etc. São na verdade produtos que uma vez foram vendidos, mas por algum motivo foram devolvidos à fábrica, passaram por uma série de testes e foram introduzidos novamente no mercado como “recondicionados” ou “refurbished”. Entendam, os produtos refurbished não necessariamente deram problemas, pifaram, ou sofreram danos. Nos EUA e em países da Europa é assegurado que os consumidores tenham um prazo para testar os produtos e se acaso não se sentirem satisfeitos possam devolvê-los às lojas e terem seu dinheiro de volta. Os produtos devolvidos às lojas voltam para as fábricas, são recondicionados e vendidos com preços mais baratos. Grande parte desses produtos são idênticos aos originais, alguns inclusive avisam na própria caixa que são refurbished, mas seus donos sequer desconfiam. Faça o teste você mesmo, tente descobrir se sua câmera digital, seu GPS, ou qualquer eletrônico é ou não refurbished.

No caso do Nintendo DS refurbished, o recondicionamento é facilmente reconhecível, pois ele apresenta diferenças em termos de qualidade. Isso ocorre por que geralmente as peças trocadas são alternativas com qualidade inferior. O comentário em diversos fóruns é de que a placa-mãe do Nintendo DS refurbished é idêntica a de um original, porém a parte externa (carcaça), a bateria e o carregador são alternativos. Existem relatos de carcaças estufadas (mal encaixadas), baterias com autonomia de 2 horas, telas com dead pixels (pontinhos escuros ou claros), borrachinhas de materiais diferentes, etc. De fato, várias dessas coisas podem ocorrer, porém deve-se ter em mente de que o Nintendo DS refurbished pode variar bastante, tanto que é muito difícil caracterizar um refurbished “clássico”.


Tenho quase certeza de que o Nintendo DS refurbished não seja realmente refurbished, mas sim um modelo alternativo de menor qualidade. Afinal, pare e pense... com a quantidade de refurbished sendo vendida seria necessário que todos os Nintendo DS originais dessem problema e voltassem às fábricas, certo?


É fato consumado que a grande parte dos proprietários de Nintendo DS não sabe que possui um refurbished, principalmente aqueles que afirmam “o meu não é refurbished, comprei pelo Mercado Livre”. Isso ocorre tanto pela malandragem quanto pela ignorância dos próprios vendedores do Mercado Livre, que na maioria não conhecem os produtos que vendem. O problema é que tem muita, mas muita gente mesmo comprando Nintendo DS refurbished como se fosse original. Pra quem deseja realmente comprar um Nintendo DS refurbished, por que pagar 400 reais no Mercado Livre se você pode pagar 170 reais na Deal Extreme com frete grátis?


Comprando na Deal Extreme

Pra quem nunca comprou nada pela internet, é bom saber que cedo ou tarde vai ter que comprar. Afinal, aonde mais é possível encontrar exatamente aquilo que você quer? Dentre os diversos sites que vendem eletrônicos, os chineses têm se destacado, pois possuem produtos exclusivos, preços imbatíveis, frete aéreo grátis e ampla experiência em vendas. O meu preferido é o Deal Extreme, que possui mais de 30.000 produtos cadastrados (dentre eles o Nintendo DS refurbished) e preços às vezes ridículos. Outro detalhe é que na Deal Extreme você não negocia com pessoas, e sim com um sistema automatizado, que efetua a venda após verificar seu cartão de crédito internacional, recolhe com o distribuidor na China e envia com frete grátis para o Brasil (bem diferente de comprar no Mercado Livre ou Ebay, nos quais negociamos vendedores comuns).

E as desvantagens? Como nem tudo são flores é preciso comentar que por se tratar de uma importação, o produto poderá ser taxado pela Receita Federal, em até 60% de seu valor. Isso quer dizer que se você importar um Nintendo DS para 170 reais (92 dólares) terá que desembolsar 102 reais a mais para liberá-lo das garras da Receita Federal (totalizando 272 reais). Então, antes de se decepcionar já parta do princípio que você será taxado, pois se não for comemore que o lucro é todo seu. Já comprei ao todo 4 produtos na Deal Extreme e nenhum deles foi taxado.

Existem relatos de que produtos com valores declarados acima de 50 dólares são automaticamente taxados, mas isso não é verdade, pois já li em fóruns casos de produtos acima dos 100 dólares que não foram taxados e outros casos em que produtos abaixo dos 10 dólares foram taxados em 60%. O certo é que a Receita trabalha com amostragem, uma vez que a verificação total é obviamente impossível. Outra coisa bastante manjada é o tal do “gift”, uma opção na qual a empresa retira as etiquetas e logos do pacote e o identifica como “gift”, ou “presente pessoal”, numa esperança de que o produto passe pela Receita sem receber taxas. Esqueça, pois atualmente isso é lenda!

Outra desvantagem a ser considerada é a demora desde a compra ao recebimento do produto. O comprador deverá ter muita paciência, pois é normal que, após a compra, o produto demore até 2 meses para ser recebido (um mês na Receita Federal e em trânsito nos Correios). Ou seja, se você precisa do produto hoje, pode esquecer. Quem quer barato paga com a própria paciência.

Enfim, se mesmo com essas desvantagens (cá entre nós, acho que vale a pena) você se interessou e deseja comprar pela Deal Extreme, siga o tutorial abaixo:

1) Faça um cadastro no site Paypal, você precisa ter em mãos seu cartão de crédito ou o de seu responsável (desde que ele saiba...) para informar alguns números do cartão;

2) Faça um cadastro na Deal Extreme;

3) Busque o produto que você deseja e clique Add to cart;

4) Escolha pagar com o paypal;

5) O site vai redirecionar pra um login do paypal;

6) Certifique as informações sobre você (telefone, endereço, etc) e finalize a compra;

7) Verifique seu email pra ver a notificação do Paypal, que dirá que foi feita uma compra no seu cartão com valores em dólar e correspondente em reais;

8) Espere uma semana ou mês (seja paciente...);

9) Verifique sua conta na Deal Extreme pra saber se o número rastreio de seu produto está disponível e se o seu produto já saiu de Hong Kong;

10) Espere mais uma semana/mês (respire fundo... conte até 3...);

11) Entre no site dos correios e procure em rastreamento de objetos (com o número de rastreio que a Deal Extreme fornece) se o seu produto já chegou no Brasil;

12) Verifique o andamento do produto pelo rastreio, onde ele se encontra no momento, etc;

13) Caso você seja taxado pela receita federal (toda importação está sujeita às taxas) o produto aparecerá "aguardando retirada", caso você não seja taxado aparecerá "saiu pra entrega";

14) Aguarde no portão de casa/prédio (ansioso se possível) o carteiro vir lhe entregar em mãos o produto.

15) Comemore, você conseguiu!


Review: Nintendo DS Lite Refurbished

Caixa do Nintendo DS Lite refurbished: idêntica a do original

E finalmente, após 2 meses de espera, o meu Nintendo DS chegou impecável, nas cores azul cobalto + preto.
Eis o conteúdo tão aguardado

A caixa é idêntica a de um original comprado no Brasil, exceto, claro, pela ausência das etiquetas nacionais. A qualidade de impressão da caixa é excelente. No “unboxing” podemos perceber as primeiras diferenças. Primeiro a ausência dos manuais coloridos, termos de garantias (que originalmente vêem dentro de um pacote plástico). Ao invés deles apenas um manual simples, na verdade um xerox pouco explicativo. Um comentário clássico sobre o refurbished é que ele vem envolto em um plástico, quase como um papel filme. O meu Nintendo DS veio diferente, envolto num plástico-isopor, idêntico ao original. O carregador, conforme era esperado, é alternativo e muito curto, com apenas um metro de extensão, tem o logo da Nintendo, tem contatos retráteis e funciona normalmente. O refurbished conta apenas uma stylus, a caneta usada para interagir com a tela touchscreen, ao contrário do original que vem com uma stylus extra, que fica como reserva. A grande surpresa foi a qualidade da stylus do refurbished, da mesma cor do aparelho e com ponta em material acrílico transparente e liso (bem melhor que a stylus mostrada nas fotos da Deal Extreme).
Agora vamos analisar a “máquina”! A primeira impressão foi excelente, o Nintendo DS Lite é lindo, seu design moderno e elegante eliminou a “cara de brinquedo” do Nintendo DS fat. Para mim, as diferenças externas não foram significativas o suficiente para reprovar o refurbished. O ponto mais negativo foi a cor levemente diferente do botão L, que possui um tom mais puxado para o cinza. Na parte traseira, o espaço onde fica o número de série da Nintendo está vazio, apesar desse número ser facilmente encontrado até em carcaças alternativas vendidas em diversos sites. A proteção do slot 2, própria para cartuchos de Gameboy Advance e outros acessórios, é bem difícil de ser retirada... não sei se isso é comum no Nintendo DS original. Uma característica clássica do refurbished é o tipo de fenda dos parafusos, que são em formato [+], enquanto que no original são em formato [Y]. Curiosamente, meu Nintendo DS possui os dois tipos, parafusos com fendas em [Y] como principais e parafusos com fendas em [+] na parte dos slots e no compartimento da bateria.

Montagem com todas as faces do Nintendo DS refurbished,
exceto a parte de baixo, mostrada na próxima foto


Parte traseira do Nintendo DS refurbished, destacando o botão L
com cor levemente acinzentada e a ausência do número de série


Detalhe do parafuso com fenda em Y, idêntico ao original


Abrindo o Nintendo DS ele dá dois “clicks” como se travasse a abertura em posições ideais para o uso. Percebi que o direcional é um pouco frouxo, como se estivesse “solto”. Ao jogar, senti que ele é um pouco duro e requer uma pressão mais forte do que os direcionais de outros videogames ou aparelhos como o Dingoo A-320 (review aqui nesse blog), apenas uma questão de adaptação. Na parte da tela superior ele possui parafusos recobertos por borrachinhas típicas de modelos refurbished, pois são de material diferente cujo encaixe não é perfeito.


Detalhe do Nintendo DS e da stylus no aplicativo Pictochat 

Ao ligar o aparelho, tudo funcionou perfeitamente. A tela touch é menos sensível do que eu imaginava, talvez por que quando eu testei estava com pena de “meter a caneta” nela. Depois pude perceber que ela funciona normalmente. Chama a atenção a cor um pouco mais amarelada da tela touch em relação à tela superior, mas de acordo com comentários que li em fóruns isso é normal inclusive no Nintendo DS original. Percebi apenas um dead pixel na tela touch, e nenhum na tela superior. De acordo com outros reviews, a presença de dead pixels é bastante comum, então, creio que tive sorte.

Tela superior impecável: nenhum dead pixel (sorte?)

Tela do jogo Resident Evil Deadly Silence, destacando o único dead pixel
que veio no refurbished (clique na foto para ver em tamanho grande)


Testei o sistema wi-fi embutido, através do qual o Nintendo DS pode se comunicar (disputas e bate-papo) com outros Nintendo DS dentro de uma mesma sala (rede local) ou com outros Nintendo DS ao mundo inteiro com auxílio de um roteador wireless (com acesso à internet). Em casa, como uso a rede na codificação WAP, ele não identificou a rede. Testei num shopping e ele identificou automaticamente a rede em codificação WEP e se conectou. O jogo testado foi o Mario Kart, que funcionou perfeitamente, rápido para conectar, recrutar adversários e sem atrasos na jogabilidade (lags)

Na Deal Extreme existem modelos de Nintendo DS com diferentes tipos de baterias, os de 800, 1600 e 1800 mAh. Esse foi o fator que pesou na escolha do modelo Cobalt. Fiz alguns testes de autonomia com a bateria. Com iluminação máxima e som direto dos autofalentes do Nintendo DS a autonomia da bateria foi muito baixa, cerca de 2 horas e meia a 3 horas no máximo.  Com a iluminação no mínimo e uso de fones de ouvido a autonomia saltou para no mínimo umas 10 horas. O carregamento total dura cerca de 3 horas.

Também comprei na Deal Extreme um bag reforçado na cor azul. Após efetuar o pedido foi que notei o erro grosseiro “Foy DS” estampado na parte superior do bag, em uma foto na Deal Extreme. Mas ao chegar percebi aliviado o “For DS”. O bag é bonito e resistente, porém seu acabamento é ruim, pois o fechamento o deixa um pouco torto. Comprei também um modelo econômico do flashcard Acekard 2i, que veio sem o adaptador USB (usado para passar as roms direto num cartão de memória micro-SD). Aproveitei o final desse post para fazer comentários sobre flashcards e assuntos relacionados.

Bag reforçado na cor do Nintendo DS: vale a pena proteger o que você gosta


Conclusões do review: o Nintendo DS refurbished atendeu plenamente minhas expectativas. A qualidade é realmente inferior a de um original, porém identicamente funcional. Pagar 170 reais por um Nintendo DS não tem preço...


Jogabilidade: o carro-chefe do Nintendo DS

Diferentemente da época em que Gameboy (Nintendo) e Game Gear (Sega) disputavam o mercado de videogames portáteis, o Nintendo DS traz um proposta distinta da proposta de seu concorrente, o PSP. Se por um lado o Nintendo DS não atinge a mesma performance gráfica e sonora que o PSP, ele desbanca facilmente o concorrente no quesito jogabilidade. Como “marinheiro de primeira viagem”, eu pude finalmente entender o tamanho da revolução gerada pelas duas telas e pela stylus. A tela touch, sensível ao toque permite experiências únicas e que tornam os jogos muito mais interessantes. Quase me esqueci de falar que o Nintendo DS também tem um microfone embutido, que permite outras maneiras de interação. Por exemplo, ao jogar The Sims 2 Castaway ( The Sims Náufragos), a personagem se depara com a tarefa de acender uma fogueira, que nem o filme do Tom Hanks... então, após apanhar alguns gravetos deve friccionar a stylus contra eles num movimento rápido e contínuo para que a temperatura da madeira suba... quando ela atinge o máximo, é preciso soprar várias vezes contra o microfone do Nintendo DS até que a fogueira finalmente acenda.

Nossa... dei muitas gargalhadas e achei isso extremamente interessante pois eu estava diante de uma nova forma de interação virtual, diferente de tudo o que eu tinha conhecido. Jogos como o GTA Chinatown Wars também fazem uso inteligente da tela touch e do microfone, como por exemplo, desparafusando a ignição de um carro para forçar um curto-circuito ou assobiando para chamar um taxi (cara, muito louco isso!). Em jogos de tiro em primeira pessoa como Metroid Prime Hunters e Moon a tela touch funciona como se fosse o mouse num computador, direcionando a mira que é visualizada na tela superior. Sinceramente, tirei meu chapéu para a Nintendo, pois eles sabem o que fazem!


Usando a caneta stylus para dar partida no carro: jogabilidade sensacional



A polêmica dos Flashcards


Flashcard Acekard 2i: permite rodar homebrews e roms no Nintendo DS,
desde que usuário possua uma cópia legal dos jogos (cartucho original) 

O flashcard é um dispositivo que simula um cartucho de videogame a partir de uma memória flash interna, na qual podem ser gravados ou apagados as roms dos jogos, baixados na internet. Ele existe desde a época do Gameboy Color, no entanto sua popularização veio com o Nintendo DS, trazendo à tona uma verdade inconveniente... a pirataria.
O Nintendo DS utiliza cartão de jogo, semelhante aos antigos cartuchos, enquanto que seu concorrente PSP possui uma mídia exclusiva e cara, que é o disco UMD. A pirataria no PSP ocorre a partir do desbloqueio do aparelho e de roms que rodam a partir de um cartão de memória, no entanto, os modelos mais recentes de PSP são bloqueados contra a pirataria. Já no caso do Nintendo DS, não existe bloqueio contra a pirataria e as roms rodam a partir de flashcards, que possuem slot para a introdução de cartões de memória (geralmente do tipo micro-SD) com diferentes capacidades (1, 2, 4, 8GB, etc).

Detalhe do slot do flashcard para introdução do cartão micro-SD

Antes de cair na hipocrisia, pretendo fazer uma reflexão sobre o caso. Vejam, de acordo com Lei, o uso de uma rom através de flashcard só é permitido quando o usuário do Nintendo DS possui o cartão de jogo original. É a mesma coisa que ocorre com os arquivos mp3, teoricamente (teoricamente né) você não poderia baixar um disco e ficar escutando as músicas, certo? Mas, se você possui o CD original, por que não poderia transformá-las em formato mp3? Afinal, existe outra maneira de enfiar um CD de 12 cm de diâmetro num player portátil com 5 cm de comprimento? No caso do Nintendo DS, se alguém possui 20 cartões de jogo originais, que mal faria baixar as mesmas roms e armazená-las num simples flashcard? Nenhum... pois está dentro da Lei. Uma outra realidade são as homebrews, que são os aplicativos e jogos desenvolvidos por programadores amadores, que não possuem outra maneira de funcionar a não ser através de um flashcard. Hoje em dia, qualquer aparelho que é lançado está sujeito à curiosidade sem limites de programadores amadores que criam programas e jogos incríveis sem fins lucrativos, apenas pelo desafio e pela reconhecimento perante os usuários dos aparelhos. A Nintendo e a Sony ainda têm dificuldades em admitir esse tipo de liberdade, a customização, o legítimo estilo “faça você mesmo”. É por isso que aparelhos alternativos como o Dingoo ou o Wiz têm público cativo.


Voltando à questão da pirataria, ela é realmente um problema sério, que prejudica a indústria e conseqüentemente a sociedade, que perde em empregos e em qualidade dos produtos. Quando os produtos fabricados no Brasil entram no mercado, podem se deparar com outros importados bem mais baratos devido ao baixo custo de fabricação no exterior (mão-de-obra barata, incentivos de seus governos). Nesse caso os impostos sobre os produtos importados são justificados, pois protegem os produtos fabricados aqui no país. Mas e no caso do Nintendo DS? Ele não é fabricado no Brasil. Então, por que será que um Nintendo DS Lite original que nos EUA custa 130 dólares (240 reais) chega a ser vendido no Brasil por 650 reais? Lembre-se, que mesmo importando dos EUA um original e pagando os 60% de imposto o preço do Nintendo DS original fica em torno de 385 reais. Onde eu quero chegar com isso? Que o preço de um Nintendo DS Lite no Brasil é um abuso, um insulto à inteligência do cidadão!


Se o preço de um simples jogo como o Mario Kart DS nos EUA é de 22 dólares (41 reais), por que é que no Brasil o mesmo jogo custa 200 reais?

Enquanto os impostos sobre os videogames continuarem abusivos, totalmente sem noção do jeito que estão os flashcards continuarão a prosperar em terras tupiniquins, pois jogos originais no Brasil não são apenas caros, são inviáveis!


Diante dessa realidade, a campanha intitulada “Imposto Justo para Videogames” tem feito muito sucesso e atingido a meta proposta, que é tornar realidade o projeto de lei 300/07, apresentado em 2007 pelo então deputado Carlito Merrs (PT-SC), que estende para os videogames os benefícios que desoneram produtos de informática. Quem quiser conhecer mais sobre essa campanha (e apoiar a causa) acesse:



Enquanto isso, no resto do mundo, a Nintendo trava uma verdadeira batalha contra os flashcards, abolindo suas vendas em quase todos os sites, inclusive na Deal Extreme, que vendia diferentes modelos por preços baixíssimos. Após um primeiro golpe da Nintendo, a Deal Extreme retirou de seu site os anúncios dos flashcards, mas continuou a vendê-los em “off”, deixando dúvidas se a compra era ou não efetivada. Logo depois, o sistema de vendas em “off” foi descoberto e definitivamente cancelado.

Após a veiculação da campanha Imposto Justo para Videogames, pude perceber um consenso, em diversos blogs e fóruns, de que acaso os preços de videogames e jogos fossem mais baratos no Brasil, grande parte das pessoas comprariam produtos originais, alguns inclusive destacaram que não comprariam flashcards. Acho que essa é a solução contra a pirataria no Brasil, dar condições para que as pessoas prefiram e possam comprar videogames e jogos originais. Eu mesmo pretendo adquirir jogos originais para meu Nintendo DS, mas desde que não me sinta descaradamente roubado.



Links

Quer comprar seu Nintendo DS refurbished? Recomendo: http://www.dealextreme.com/search.dx/search.nintendo%20ds%20refurbished
Quer saber mais sobre o Nintendo DS? http://pt.wikipedia.org/wiki/Nintendo_DS
(Obs.: essa é a página do Nintendo DS original, a versão do Nintendo DS nesse review é a Lite)
Quer acompanhar novidades, ler reviews, ver fotos e assistir gameplays de jogos? http://ds.ign.com/