domingo, 9 de maio de 2010

REVIEW: Nintendo DS Lite Refurbished

Meus amigos... eis que morreu um retrogamer e renasceu simplesmente um gamer. O responsável por essa façanha tem um nome: Nintendo DS Lite.

Nintendo DS Lite: viva la revolucíon!




Calma, pra quem não sabe... retrogamer é aquele jogador que curte sistemas e jogos antigos, um hobby que é misto de diversão e nostalgia. Em contrapartida, o nextgen é o jogador moderno, fissurado por gráficos, poder de processamento, sempre por dentro das últimas novidades. Em fóruns de discussão, é muito comum vermos retrogamers resmungando que “os jogos de hoje não tem diversão... coisa que só existe em jogos antigos” ou nextgens cometendo heresias do tipo “esse Super Mario Bros dessa merda de NES é podre... os gráficos são horríveis”.

Há poucos meses eu integrava o time dos retrogamers, entusiasmado, relembrando jogos antigos em meu Dingoo. Até que um dia num aeroporto eu saquei meu Dingoo do bolso e percebi que o cara do meu lado estava jogando num PSP. Minutos depois uma menina sentou do outro lado (numa poltrona à frente) com um Nintendo DS. Senti naquele momento que o monólito de “2001: Uma Odisséia no Espaço” estava me convidando para evoluir...


Para mim o Nintendo DS era como o monólito do
"2001: Uma Odisséia no Espaço", um convite para a evolução

Comecei a pesquisar sobre o PSP e o Nintendo DS. Cada um tinha seus pontos fortes e fracos. O PSP era moderno, com gráficos espetaculares e jogos de corrida e ação que faziam o meu gênero. O Nintendo DS possuía jogos mais simples e casuais, porém com uma jogabilidade inovadora em função de duas telas, uma delas sensível ao toque (touchscreen) da caneta (stylus) que o acompanhava. A decisão foi bem difícil, mas optei pelo Nintendo DS devido aos seguintes motivos: era mais barato que o PSP; poderia rodar jogos direto de um flashcard (pirataria justificada devido aos impostos abusivos sobre jogos no Brasil); jogos casuais (compatíveis com o pouco tempo que disponho para o hobby); poderia ser trazido da China por menos de um terço do preço nacional (motivo principal).

O motivo dessa postagem foi o fato de o Nintendo DS é vendido no Brasil por preços abusivos. Assim, muita gente paga mais que o dobro do produto em imposto e muita gente deixa de comprar justamente por esse motivo. A verdade é que muitos desconhecem a existência de um Nintendo DS bem mais barato, o refurbished. Por outro lado, grande parte dos que conhecem o refurbished tem receio ou medo só de ouvir essa palavra. Então, vamos matar esse bicho de uma vez!

O que é esse refurbished?? O termo refurbished é empregado em vários produtos, principalmente produtos eletrônicos como câmeras digitais, celulares, etc. São na verdade produtos que uma vez foram vendidos, mas por algum motivo foram devolvidos à fábrica, passaram por uma série de testes e foram introduzidos novamente no mercado como “recondicionados” ou “refurbished”. Entendam, os produtos refurbished não necessariamente deram problemas, pifaram, ou sofreram danos. Nos EUA e em países da Europa é assegurado que os consumidores tenham um prazo para testar os produtos e se acaso não se sentirem satisfeitos possam devolvê-los às lojas e terem seu dinheiro de volta. Os produtos devolvidos às lojas voltam para as fábricas, são recondicionados e vendidos com preços mais baratos. Grande parte desses produtos são idênticos aos originais, alguns inclusive avisam na própria caixa que são refurbished, mas seus donos sequer desconfiam. Faça o teste você mesmo, tente descobrir se sua câmera digital, seu GPS, ou qualquer eletrônico é ou não refurbished.

No caso do Nintendo DS refurbished, o recondicionamento é facilmente reconhecível, pois ele apresenta diferenças em termos de qualidade. Isso ocorre por que geralmente as peças trocadas são alternativas com qualidade inferior. O comentário em diversos fóruns é de que a placa-mãe do Nintendo DS refurbished é idêntica a de um original, porém a parte externa (carcaça), a bateria e o carregador são alternativos. Existem relatos de carcaças estufadas (mal encaixadas), baterias com autonomia de 2 horas, telas com dead pixels (pontinhos escuros ou claros), borrachinhas de materiais diferentes, etc. De fato, várias dessas coisas podem ocorrer, porém deve-se ter em mente de que o Nintendo DS refurbished pode variar bastante, tanto que é muito difícil caracterizar um refurbished “clássico”.


Tenho quase certeza de que o Nintendo DS refurbished não seja realmente refurbished, mas sim um modelo alternativo de menor qualidade. Afinal, pare e pense... com a quantidade de refurbished sendo vendida seria necessário que todos os Nintendo DS originais dessem problema e voltassem às fábricas, certo?


É fato consumado que a grande parte dos proprietários de Nintendo DS não sabe que possui um refurbished, principalmente aqueles que afirmam “o meu não é refurbished, comprei pelo Mercado Livre”. Isso ocorre tanto pela malandragem quanto pela ignorância dos próprios vendedores do Mercado Livre, que na maioria não conhecem os produtos que vendem. O problema é que tem muita, mas muita gente mesmo comprando Nintendo DS refurbished como se fosse original. Pra quem deseja realmente comprar um Nintendo DS refurbished, por que pagar 400 reais no Mercado Livre se você pode pagar 170 reais na Deal Extreme com frete grátis?


Comprando na Deal Extreme

Pra quem nunca comprou nada pela internet, é bom saber que cedo ou tarde vai ter que comprar. Afinal, aonde mais é possível encontrar exatamente aquilo que você quer? Dentre os diversos sites que vendem eletrônicos, os chineses têm se destacado, pois possuem produtos exclusivos, preços imbatíveis, frete aéreo grátis e ampla experiência em vendas. O meu preferido é o Deal Extreme, que possui mais de 30.000 produtos cadastrados (dentre eles o Nintendo DS refurbished) e preços às vezes ridículos. Outro detalhe é que na Deal Extreme você não negocia com pessoas, e sim com um sistema automatizado, que efetua a venda após verificar seu cartão de crédito internacional, recolhe com o distribuidor na China e envia com frete grátis para o Brasil (bem diferente de comprar no Mercado Livre ou Ebay, nos quais negociamos vendedores comuns).

E as desvantagens? Como nem tudo são flores é preciso comentar que por se tratar de uma importação, o produto poderá ser taxado pela Receita Federal, em até 60% de seu valor. Isso quer dizer que se você importar um Nintendo DS para 170 reais (92 dólares) terá que desembolsar 102 reais a mais para liberá-lo das garras da Receita Federal (totalizando 272 reais). Então, antes de se decepcionar já parta do princípio que você será taxado, pois se não for comemore que o lucro é todo seu. Já comprei ao todo 4 produtos na Deal Extreme e nenhum deles foi taxado.

Existem relatos de que produtos com valores declarados acima de 50 dólares são automaticamente taxados, mas isso não é verdade, pois já li em fóruns casos de produtos acima dos 100 dólares que não foram taxados e outros casos em que produtos abaixo dos 10 dólares foram taxados em 60%. O certo é que a Receita trabalha com amostragem, uma vez que a verificação total é obviamente impossível. Outra coisa bastante manjada é o tal do “gift”, uma opção na qual a empresa retira as etiquetas e logos do pacote e o identifica como “gift”, ou “presente pessoal”, numa esperança de que o produto passe pela Receita sem receber taxas. Esqueça, pois atualmente isso é lenda!

Outra desvantagem a ser considerada é a demora desde a compra ao recebimento do produto. O comprador deverá ter muita paciência, pois é normal que, após a compra, o produto demore até 2 meses para ser recebido (um mês na Receita Federal e em trânsito nos Correios). Ou seja, se você precisa do produto hoje, pode esquecer. Quem quer barato paga com a própria paciência.

Enfim, se mesmo com essas desvantagens (cá entre nós, acho que vale a pena) você se interessou e deseja comprar pela Deal Extreme, siga o tutorial abaixo:

1) Faça um cadastro no site Paypal, você precisa ter em mãos seu cartão de crédito ou o de seu responsável (desde que ele saiba...) para informar alguns números do cartão;

2) Faça um cadastro na Deal Extreme;

3) Busque o produto que você deseja e clique Add to cart;

4) Escolha pagar com o paypal;

5) O site vai redirecionar pra um login do paypal;

6) Certifique as informações sobre você (telefone, endereço, etc) e finalize a compra;

7) Verifique seu email pra ver a notificação do Paypal, que dirá que foi feita uma compra no seu cartão com valores em dólar e correspondente em reais;

8) Espere uma semana ou mês (seja paciente...);

9) Verifique sua conta na Deal Extreme pra saber se o número rastreio de seu produto está disponível e se o seu produto já saiu de Hong Kong;

10) Espere mais uma semana/mês (respire fundo... conte até 3...);

11) Entre no site dos correios e procure em rastreamento de objetos (com o número de rastreio que a Deal Extreme fornece) se o seu produto já chegou no Brasil;

12) Verifique o andamento do produto pelo rastreio, onde ele se encontra no momento, etc;

13) Caso você seja taxado pela receita federal (toda importação está sujeita às taxas) o produto aparecerá "aguardando retirada", caso você não seja taxado aparecerá "saiu pra entrega";

14) Aguarde no portão de casa/prédio (ansioso se possível) o carteiro vir lhe entregar em mãos o produto.

15) Comemore, você conseguiu!


Review: Nintendo DS Lite Refurbished

Caixa do Nintendo DS Lite refurbished: idêntica a do original

E finalmente, após 2 meses de espera, o meu Nintendo DS chegou impecável, nas cores azul cobalto + preto.
Eis o conteúdo tão aguardado

A caixa é idêntica a de um original comprado no Brasil, exceto, claro, pela ausência das etiquetas nacionais. A qualidade de impressão da caixa é excelente. No “unboxing” podemos perceber as primeiras diferenças. Primeiro a ausência dos manuais coloridos, termos de garantias (que originalmente vêem dentro de um pacote plástico). Ao invés deles apenas um manual simples, na verdade um xerox pouco explicativo. Um comentário clássico sobre o refurbished é que ele vem envolto em um plástico, quase como um papel filme. O meu Nintendo DS veio diferente, envolto num plástico-isopor, idêntico ao original. O carregador, conforme era esperado, é alternativo e muito curto, com apenas um metro de extensão, tem o logo da Nintendo, tem contatos retráteis e funciona normalmente. O refurbished conta apenas uma stylus, a caneta usada para interagir com a tela touchscreen, ao contrário do original que vem com uma stylus extra, que fica como reserva. A grande surpresa foi a qualidade da stylus do refurbished, da mesma cor do aparelho e com ponta em material acrílico transparente e liso (bem melhor que a stylus mostrada nas fotos da Deal Extreme).
Agora vamos analisar a “máquina”! A primeira impressão foi excelente, o Nintendo DS Lite é lindo, seu design moderno e elegante eliminou a “cara de brinquedo” do Nintendo DS fat. Para mim, as diferenças externas não foram significativas o suficiente para reprovar o refurbished. O ponto mais negativo foi a cor levemente diferente do botão L, que possui um tom mais puxado para o cinza. Na parte traseira, o espaço onde fica o número de série da Nintendo está vazio, apesar desse número ser facilmente encontrado até em carcaças alternativas vendidas em diversos sites. A proteção do slot 2, própria para cartuchos de Gameboy Advance e outros acessórios, é bem difícil de ser retirada... não sei se isso é comum no Nintendo DS original. Uma característica clássica do refurbished é o tipo de fenda dos parafusos, que são em formato [+], enquanto que no original são em formato [Y]. Curiosamente, meu Nintendo DS possui os dois tipos, parafusos com fendas em [Y] como principais e parafusos com fendas em [+] na parte dos slots e no compartimento da bateria.

Montagem com todas as faces do Nintendo DS refurbished,
exceto a parte de baixo, mostrada na próxima foto


Parte traseira do Nintendo DS refurbished, destacando o botão L
com cor levemente acinzentada e a ausência do número de série


Detalhe do parafuso com fenda em Y, idêntico ao original


Abrindo o Nintendo DS ele dá dois “clicks” como se travasse a abertura em posições ideais para o uso. Percebi que o direcional é um pouco frouxo, como se estivesse “solto”. Ao jogar, senti que ele é um pouco duro e requer uma pressão mais forte do que os direcionais de outros videogames ou aparelhos como o Dingoo A-320 (review aqui nesse blog), apenas uma questão de adaptação. Na parte da tela superior ele possui parafusos recobertos por borrachinhas típicas de modelos refurbished, pois são de material diferente cujo encaixe não é perfeito.


Detalhe do Nintendo DS e da stylus no aplicativo Pictochat 

Ao ligar o aparelho, tudo funcionou perfeitamente. A tela touch é menos sensível do que eu imaginava, talvez por que quando eu testei estava com pena de “meter a caneta” nela. Depois pude perceber que ela funciona normalmente. Chama a atenção a cor um pouco mais amarelada da tela touch em relação à tela superior, mas de acordo com comentários que li em fóruns isso é normal inclusive no Nintendo DS original. Percebi apenas um dead pixel na tela touch, e nenhum na tela superior. De acordo com outros reviews, a presença de dead pixels é bastante comum, então, creio que tive sorte.

Tela superior impecável: nenhum dead pixel (sorte?)

Tela do jogo Resident Evil Deadly Silence, destacando o único dead pixel
que veio no refurbished (clique na foto para ver em tamanho grande)


Testei o sistema wi-fi embutido, através do qual o Nintendo DS pode se comunicar (disputas e bate-papo) com outros Nintendo DS dentro de uma mesma sala (rede local) ou com outros Nintendo DS ao mundo inteiro com auxílio de um roteador wireless (com acesso à internet). Em casa, como uso a rede na codificação WAP, ele não identificou a rede. Testei num shopping e ele identificou automaticamente a rede em codificação WEP e se conectou. O jogo testado foi o Mario Kart, que funcionou perfeitamente, rápido para conectar, recrutar adversários e sem atrasos na jogabilidade (lags)

Na Deal Extreme existem modelos de Nintendo DS com diferentes tipos de baterias, os de 800, 1600 e 1800 mAh. Esse foi o fator que pesou na escolha do modelo Cobalt. Fiz alguns testes de autonomia com a bateria. Com iluminação máxima e som direto dos autofalentes do Nintendo DS a autonomia da bateria foi muito baixa, cerca de 2 horas e meia a 3 horas no máximo.  Com a iluminação no mínimo e uso de fones de ouvido a autonomia saltou para no mínimo umas 10 horas. O carregamento total dura cerca de 3 horas.

Também comprei na Deal Extreme um bag reforçado na cor azul. Após efetuar o pedido foi que notei o erro grosseiro “Foy DS” estampado na parte superior do bag, em uma foto na Deal Extreme. Mas ao chegar percebi aliviado o “For DS”. O bag é bonito e resistente, porém seu acabamento é ruim, pois o fechamento o deixa um pouco torto. Comprei também um modelo econômico do flashcard Acekard 2i, que veio sem o adaptador USB (usado para passar as roms direto num cartão de memória micro-SD). Aproveitei o final desse post para fazer comentários sobre flashcards e assuntos relacionados.

Bag reforçado na cor do Nintendo DS: vale a pena proteger o que você gosta


Conclusões do review: o Nintendo DS refurbished atendeu plenamente minhas expectativas. A qualidade é realmente inferior a de um original, porém identicamente funcional. Pagar 170 reais por um Nintendo DS não tem preço...


Jogabilidade: o carro-chefe do Nintendo DS

Diferentemente da época em que Gameboy (Nintendo) e Game Gear (Sega) disputavam o mercado de videogames portáteis, o Nintendo DS traz um proposta distinta da proposta de seu concorrente, o PSP. Se por um lado o Nintendo DS não atinge a mesma performance gráfica e sonora que o PSP, ele desbanca facilmente o concorrente no quesito jogabilidade. Como “marinheiro de primeira viagem”, eu pude finalmente entender o tamanho da revolução gerada pelas duas telas e pela stylus. A tela touch, sensível ao toque permite experiências únicas e que tornam os jogos muito mais interessantes. Quase me esqueci de falar que o Nintendo DS também tem um microfone embutido, que permite outras maneiras de interação. Por exemplo, ao jogar The Sims 2 Castaway ( The Sims Náufragos), a personagem se depara com a tarefa de acender uma fogueira, que nem o filme do Tom Hanks... então, após apanhar alguns gravetos deve friccionar a stylus contra eles num movimento rápido e contínuo para que a temperatura da madeira suba... quando ela atinge o máximo, é preciso soprar várias vezes contra o microfone do Nintendo DS até que a fogueira finalmente acenda.

Nossa... dei muitas gargalhadas e achei isso extremamente interessante pois eu estava diante de uma nova forma de interação virtual, diferente de tudo o que eu tinha conhecido. Jogos como o GTA Chinatown Wars também fazem uso inteligente da tela touch e do microfone, como por exemplo, desparafusando a ignição de um carro para forçar um curto-circuito ou assobiando para chamar um taxi (cara, muito louco isso!). Em jogos de tiro em primeira pessoa como Metroid Prime Hunters e Moon a tela touch funciona como se fosse o mouse num computador, direcionando a mira que é visualizada na tela superior. Sinceramente, tirei meu chapéu para a Nintendo, pois eles sabem o que fazem!


Usando a caneta stylus para dar partida no carro: jogabilidade sensacional



A polêmica dos Flashcards


Flashcard Acekard 2i: permite rodar homebrews e roms no Nintendo DS,
desde que usuário possua uma cópia legal dos jogos (cartucho original) 

O flashcard é um dispositivo que simula um cartucho de videogame a partir de uma memória flash interna, na qual podem ser gravados ou apagados as roms dos jogos, baixados na internet. Ele existe desde a época do Gameboy Color, no entanto sua popularização veio com o Nintendo DS, trazendo à tona uma verdade inconveniente... a pirataria.
O Nintendo DS utiliza cartão de jogo, semelhante aos antigos cartuchos, enquanto que seu concorrente PSP possui uma mídia exclusiva e cara, que é o disco UMD. A pirataria no PSP ocorre a partir do desbloqueio do aparelho e de roms que rodam a partir de um cartão de memória, no entanto, os modelos mais recentes de PSP são bloqueados contra a pirataria. Já no caso do Nintendo DS, não existe bloqueio contra a pirataria e as roms rodam a partir de flashcards, que possuem slot para a introdução de cartões de memória (geralmente do tipo micro-SD) com diferentes capacidades (1, 2, 4, 8GB, etc).

Detalhe do slot do flashcard para introdução do cartão micro-SD

Antes de cair na hipocrisia, pretendo fazer uma reflexão sobre o caso. Vejam, de acordo com Lei, o uso de uma rom através de flashcard só é permitido quando o usuário do Nintendo DS possui o cartão de jogo original. É a mesma coisa que ocorre com os arquivos mp3, teoricamente (teoricamente né) você não poderia baixar um disco e ficar escutando as músicas, certo? Mas, se você possui o CD original, por que não poderia transformá-las em formato mp3? Afinal, existe outra maneira de enfiar um CD de 12 cm de diâmetro num player portátil com 5 cm de comprimento? No caso do Nintendo DS, se alguém possui 20 cartões de jogo originais, que mal faria baixar as mesmas roms e armazená-las num simples flashcard? Nenhum... pois está dentro da Lei. Uma outra realidade são as homebrews, que são os aplicativos e jogos desenvolvidos por programadores amadores, que não possuem outra maneira de funcionar a não ser através de um flashcard. Hoje em dia, qualquer aparelho que é lançado está sujeito à curiosidade sem limites de programadores amadores que criam programas e jogos incríveis sem fins lucrativos, apenas pelo desafio e pela reconhecimento perante os usuários dos aparelhos. A Nintendo e a Sony ainda têm dificuldades em admitir esse tipo de liberdade, a customização, o legítimo estilo “faça você mesmo”. É por isso que aparelhos alternativos como o Dingoo ou o Wiz têm público cativo.


Voltando à questão da pirataria, ela é realmente um problema sério, que prejudica a indústria e conseqüentemente a sociedade, que perde em empregos e em qualidade dos produtos. Quando os produtos fabricados no Brasil entram no mercado, podem se deparar com outros importados bem mais baratos devido ao baixo custo de fabricação no exterior (mão-de-obra barata, incentivos de seus governos). Nesse caso os impostos sobre os produtos importados são justificados, pois protegem os produtos fabricados aqui no país. Mas e no caso do Nintendo DS? Ele não é fabricado no Brasil. Então, por que será que um Nintendo DS Lite original que nos EUA custa 130 dólares (240 reais) chega a ser vendido no Brasil por 650 reais? Lembre-se, que mesmo importando dos EUA um original e pagando os 60% de imposto o preço do Nintendo DS original fica em torno de 385 reais. Onde eu quero chegar com isso? Que o preço de um Nintendo DS Lite no Brasil é um abuso, um insulto à inteligência do cidadão!


Se o preço de um simples jogo como o Mario Kart DS nos EUA é de 22 dólares (41 reais), por que é que no Brasil o mesmo jogo custa 200 reais?

Enquanto os impostos sobre os videogames continuarem abusivos, totalmente sem noção do jeito que estão os flashcards continuarão a prosperar em terras tupiniquins, pois jogos originais no Brasil não são apenas caros, são inviáveis!


Diante dessa realidade, a campanha intitulada “Imposto Justo para Videogames” tem feito muito sucesso e atingido a meta proposta, que é tornar realidade o projeto de lei 300/07, apresentado em 2007 pelo então deputado Carlito Merrs (PT-SC), que estende para os videogames os benefícios que desoneram produtos de informática. Quem quiser conhecer mais sobre essa campanha (e apoiar a causa) acesse:



Enquanto isso, no resto do mundo, a Nintendo trava uma verdadeira batalha contra os flashcards, abolindo suas vendas em quase todos os sites, inclusive na Deal Extreme, que vendia diferentes modelos por preços baixíssimos. Após um primeiro golpe da Nintendo, a Deal Extreme retirou de seu site os anúncios dos flashcards, mas continuou a vendê-los em “off”, deixando dúvidas se a compra era ou não efetivada. Logo depois, o sistema de vendas em “off” foi descoberto e definitivamente cancelado.

Após a veiculação da campanha Imposto Justo para Videogames, pude perceber um consenso, em diversos blogs e fóruns, de que acaso os preços de videogames e jogos fossem mais baratos no Brasil, grande parte das pessoas comprariam produtos originais, alguns inclusive destacaram que não comprariam flashcards. Acho que essa é a solução contra a pirataria no Brasil, dar condições para que as pessoas prefiram e possam comprar videogames e jogos originais. Eu mesmo pretendo adquirir jogos originais para meu Nintendo DS, mas desde que não me sinta descaradamente roubado.



Links

Quer comprar seu Nintendo DS refurbished? Recomendo: http://www.dealextreme.com/search.dx/search.nintendo%20ds%20refurbished
Quer saber mais sobre o Nintendo DS? http://pt.wikipedia.org/wiki/Nintendo_DS
(Obs.: essa é a página do Nintendo DS original, a versão do Nintendo DS nesse review é a Lite)
Quer acompanhar novidades, ler reviews, ver fotos e assistir gameplays de jogos? http://ds.ign.com/

terça-feira, 27 de abril de 2010

SENHORITAS


Fala galera! É com muito prazer que apresento a vocês a banda de rock-pop SENHORITAS, uma banda que não canso de escutar e a qual tenho um carinho muito grande. Ah, antes de mais nada, quero advertir que o fato de eu ser irmão da baixista da banda, e os elogios exagerados ao longo do post não passam de mera coincidência ok?

Dividi esse post em 4 partes: a primeira parte na verdade é uma descrição roubada descaradamente do perfil das Senhoritas no Orkut (é que tá muito bem feita); a segunda parte destaca minha opinião e ligação com a banda; a terceira parte possui na íntegra o review exclusivo do álbum Vontade de Gritar, com todas as músicas comentadas; a quarta e última parte inclui os principais links das Senhoritas na internet. Espero que gostem!


SENH♀R♪TAS: “Charme feminino e boa música: a mistura perfeita”
(Por Walesca Maranhão)
Walesca soltando sua "vontade de gritar"
A banda de rock-pop campinense Senhoritas faz parte do cenário musical paraibano há aproximadamente 10 anos. A idéia do grupo consiste em trazer para o público um som diferenciado, com mulheres não só à frente dos vocais, mas também à frente dos instrumentos, expressando através do rock o complexo universo feminino.
 
Quem foi que disse que mulher não sabe tocar guitarra?

Embora as Senhoritas tenham bebido do melhor do rock mundial, suas principais influências são The Cranberries, Alanis Morissette, U2, Rita Lee e Barão Vermelho. Contudo, a banda apresenta um estilo original em suas músicas próprias, diferente do que tem se ouvido na cena rock atual.
 
Mariana, a melhor baixista do Mundo! Linda demais! É minha irmã!!!

Fortaleza (CE), Teresina (PI), Boa Vista (PB), Patos (PB), João Pessoa (PB), Recife (PE), Natal (RN) e São Paulo (SP) são alguns dos lugares onde o grupo já se apresentou. Abriram shows de artistas como Charlie Brown Jr., Detonautas, Marina Lima, Jorge Versilo e Kid Abelha, e participaram do IX FENART (Festival Nacional de Artes - João Pessoa - PB), bem como do XXVIII Festival de Inverno de Campina Grande - PB.
Sara botando pra arregaçar na bateria. Ela tem essa cara de malvada, mas é gente boa

Em 2003, a MTV levou ao ar, pelo quadro SONORA MTV, um vídeo gravado em um dos ensaios da banda. A Senhoritas também foi destaque na Revista Playboy por meio da coluna musical NOVO SOM DA PLAYBOY, na edição de abril 2004, além de ter participado de inúmeras reportagens de jornais locais, televisionados e escritos ao longo deste tempo.
Fãs alucinados, embalados ao som das Senhoritas
 
Seus shows alternam entre apresentações com um repertório que mescla músicas atuais e versões de clássicos do rock com seu som autoral, e outras de repertório predominantemente autoral.

Wal, Sara e Mara: amigas e roqueiras

Em abril de 2010, as Senhoritas lançaram o seu primeiro álbum, intitulado Vontade de Gritar que já está à venda e contém 14 canções inéditas e de autoria própria, reproduzido em formato SMD. Para a realização deste projeto, a banda obteve recursos provenientes do FUMIC (Fundo Municipal de Incentivo à Cultura) pela prefeitura de Campina Grande - PB. O álbum “Vontade de Gritar”, está disponível para aquisição pelo público por apenas R$ 5,00.
Esse é pra colar com superbonder no CD-player: viciante

As Senhoritas são: Waleska Maranhão (voz, guitarra e gaitas), Mariana Pontes (contrabaixo e backvocal) e Sara Cruz (bateria e backvocal).


Eu e Elas
 
O brasileiro é machista por natureza, e como todo brasileiro machão eu não posso fugir dessa regra, certo “tchê”? Quem daqui nunca enxergou a guitarra como um “instrumento” anatomicamente masculino? O rei da guitarra seria por acaso uma mulher? Desde quando mulher sabe tocar guitarra? Pois é, mente pequena... a vida mostrou que eu estava completamente equivocado, afinal, há tempos que as mulheres dominaram esse mundo!!!

Eu tocava com minha irmã Mara em nossa banda Venera, porém, fui estudar longe, a Venera terminou e Mara entrou como baixista numa pretensiosa banda feminina de rock-pop chamada Senhoritas, liderada por uma tal de Wal. Eu, então irmão da baixista (entenda como amigo VIP ok?), sempre estive por dentro das músicas e planos das Senhoritas, muitas vezes atuando como pitaqueiro-chato-pseudo-produtor, colaborando mais com delírios de grandeza do que com a música da banda em si.
 
Confesso que, logo no início, apesar de curtir o som da banda, achava um tanto infantil e melancólico. Os anos foram se passando e com eles vieram o amadurecimento nas composições, nas técnicas instrumentais e na visão de futuro. Acredito que um dos fatores decisivos para essa evolução da banda foi a união de Wal e Mara, talentos natos, díspares, porém consolidados em busca de um objetivo comum: fazer rock de qualidade com liberdade.

De nada adiantaria todo esse talento se não houvesse pessoas competentes para lapidá-lo: os produtores André Victor e Giordano. Esses dois profissionais foram responsáveis por vários arranjos do álbum sem descaracterizar o som das Senhoritas. Outro mérito da dupla foi a qualidade da gravação e da mixagem.
 
Uma das razões que motivaram esse tópico foi o fato de que acompanhei à distância todo o processo de idealização e gravação do primeiro álbum das Senhoritas, com empolgação e ansiedade. Sob juramento, tive acesso às gravações das bases, antes dos vocais e posteriormente às versões definitivas em meados de outubro de 2009. Foi um momento de grande satisfação e que me marcou profundamente. Minha impressão do álbum Vontade de Gritar, (destituída de linguagem técnica), pode ser conferida abaixo.


Review: SENHORITAS - Vontade de Gritar
 
Extra, extra! O blog lulavenera, orgulhosamente, trás ao mundo com exclusividade o primeiro review do álbum Vontade de Gritar das Senhoritas! (Bah, não agüentei, sonhei que começaria o review assim... hehehehe)

Dureza é depender da boa vontade dos correios para receber as coisas... assim sendo, ainda não tive o "hands-on" externo do CD das Senhoritas, previsto para chegar nos pampas gaúchos nessa semana. Apesar desse contratempo, as fotos divulgadas no Orkut das Senhoritas falam por si só e comprovam o acabamento primoroso. O surpreendente é que toda a parte do tratamento de imagens, o logo e a montagem do CD foi feita pelas próprias Senhoritas. Isso significa que R$ 5,00 não cobre nem o custo de fabricação do CD. Para as Senhoritas o importante agora é a divulgação.

Acabamento de luxo no primeiro CD: só pra quem pode né...

Caramba! Dá vontade de ter dois: um pra curtir e outro pra enfeitar a casa. Ficou lindo!

Poster com todas as letras. Agora é só pegar o violão e mandar ver...

Ok, sem mais conversa. Vamos às músicas:

1 – Vontade de Gritar
Música que dá nome ao álbum é também uma das mais antigas e executadas pela banda. Destacam-se as guitarras sobrepostas e o peso. Sem dúvida, uma excelente abertura para o disco. Pessoalmente, interpreto essa música como o desejo de expor pro mundo o som das Senhoritas, principalmente por se tratar de uma banda de rock feminina surgida na Paraíba, lugar inóspito ao estilo. Não que não exista roqueiros na Paraíba, mas sabemos o quanto é difícil ser roqueiro longe de centros como São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília, Curitiba, Porto Alegre. Ótima música de abertura, agora com um solo visceral.

2 – Confesso
Típica segunda música de um disco de rock, menos pesada que a primeira, mas mantendo o clima agitado do disco. Com algumas mudanças de ritmo bem bacanas “...todos os dias, tenho certeza, eu não consigo mais controlar... sentimentos tão fortes, não me reconheço maaaaisss...”. Lembra um pouco algumas músicas do seriado Malhação. Globo, ó “nóis” aqui!

3 – Não é imaginação
Praticamente uma homenagem à Dolores O’Riordan, da banda finlandesa The Cramberries. Acho que é a banda preferida de Wal, pois a influência no estilo dela compor e cantar é notável. A diferença: backing vocals certeiros, um som mais pesado e um solo de guitarra que lembra as músicas do Cazuza.
 
4 – Dias Opacos
Falar de uma música que quase me faz chorar é bem difícil. A primeira vez que escutei essa música não prestei muita atenção, depois viciei e sempre escuto o disco começando por ela. Pianos, vocais maravilhosos, efeitos modernos de guitarra (estilo Frejat), quebradas de ritmo, assobios à la “Patience” do Guns’n’Roses e um solo de guitarra melodioso e profundo. Letra foda, simples e direta, fala de solidão e dos “dias que passam opacos...”. Sempre, sempre mesmo, quando escuto os trechos “tá tão frio aqui... sem seu abraço noturno pra me dissolver...” e “é tão difícil amanhecer... e não ter você... pra me despertar...”, me arrepio todo, até os cabelos da nuca. Acho que o fato de tê-la escutado quando estive estagiando em São Carlos, longe de minha esposa, me marcou profundamente e me apeguei a essa música. Sem mais palavras, vocês me conquistaram!
 
5 – No Meio da Estrada
Se eu fosse escolher uma única música para promover o disco, certamente seria essa. No meio da estrada tem uma introdução sensacional, arrebenta tudo e devolve ao ouvinte o clima agitado do disco. “Ok, ainda estou respirando... desde que você se foi, levando embora quem fui...”, me provocaram um sorriso no rosto e aquela sensação: porra, elas conseguiram, Deus as abençoe, pois estão prontas para o sucesso! Sem exagero, essa música sintetiza o disco. O ritmo da bateria lembra um pouco “Fly Away” de Lenny Kravitz (praticamente é um show à parte), levadas diferentes, vocal orgástico de Wal, tudo muito profissional. Single Bell, single Bell... hehehe... primeiro single disparado! Ponto.

6 – Nada vai mudar
Uma grande sacada uma balada logo depois de uma música agitada. Essa é a típica música de ouvir no carro, no ônibus, com seu amor, enfim, cumpre seu papel de música romântica, com destaque para a nuance diferente num dos refrões, abrindo espaço para um solo de guitarra agressivo para depois voltar ao refrão “eu sei... que nada vai mudar, que nada vai voltar, tudo está em seu lugar...”. Muito boa!
 
7 – Tanto Faz
Essa é das antigas, uma das primeiras músicas das Senhoritas que escutei, ainda do tempo do CD-demo da banda. Pra quem já conhecia essa música, ficou evidente que amadurecimento é uma coisa que só o tempo e a experiência trazem. Da mesma forma que “Não é Imaginação”, “Tanto Faz” lembra bastante o estilo do The Cramberries, com direito aos tchu-ru tchu-ru e tudo mais.
 
8 – Outubro sem Você
Aqui, o ouvinte se depara com um momento acústico mais climático, mas quando vai se acostumando... entram novamente as guitarras pra pesar o som. Um diferencial dessa música é o vocal de Mari, mais grave e deixando o álbum mais variado. Não queria que soasse como auto-promoção, mas é preciso comentar... compus essa música para marcar um momento da vida de Mari, mas jamais imaginei que elas um dia fossem gravá-la. O que elas fizeram foi transformar pedra em diamante, tamanha a diferença da primeira versão. Pra mim, uma honra participar de um álbum ao lado de tantas músicas incríveis.

9 – A Saída
Quando se juntou a psicodelia de Mari com a técnica de Wal o resultado foi essa música. Pra vocês terem idéia, na época da minha banda Venera, eu pensava em fazer uma “The Battle of Evermore” do Led Zeppelin, mas o resultado das Senhoritas foi muito melhor: slides de guitarra, clima tenso, ataques maciços de bateria, baixo e guitarra durante o refrão. Uma das músicas mais diferentes do álbum!
 
10 – Mudanças de Opinião
Uma das antigas da banda e que por incrível que pareça eu não curtia muito, pois antes soava um pouco infantil. E agora? Uma das minhas preferidas... hehehe. Pudera, elas eletrizaram a música, ficou mais punch, porém conservando seus diferenciais: solos de gaita (harmônica) e backing vocals perfeitos! Viu, conseguiram “mudar minha opinião”.

11 – Meu Mundo
De longe a música mais pesada do álbum, guitarras ensurdecedoras, baixo robusto e uma bateria ditando o compasso na pancada. Uma letra raivosa, um refrão cheio de contratempos e um solo de guitarra desesperado. Pra mim foi outra grande surpresa, pois quando eu escutava Mara tocando essa música no violão pensava “pronto, baixou a Ana Carolina no quarto”. Essa música se tornou um vulcão cuspindo lava, um soco do George Foreman, ou alguma coisa parecida.
 
12 – Ela já não Sabe
Uma das músicas mais criativas, diferentes e dançantes do disco. “Ela já não Sabe” lembra vagamente os balanços de “Bete Balanço” do Barão Vermelho e de “À Francesa” da Marina Lima. O riff básico lembra também algumas levadas funk que o Led Zeppelin usava pra homenagear o James Brown. As seqüências de acordes e bases mudam bastante ao longo da música, tornando-a bastante variada, com destaque pra o swing antes do solo virtuoso que seguiu no mesmo espírito da música. Nota 10 estrelado!
 
13 – Tudo O que Restou
Já imagino o mar de fãs agitando as mãos para um lado e para o outro durante essa música. Sabe aquele tipo de música que se ouve comumente em finais de filmes, de seriados, quando o bem venceu o mal e tá tudo resolvido? É exatamente a sensação que tenho quando escuto “Tudo O que Restou”. Com uma introdução maravilhosamente orquestrada por gaita e guitarra, com uma letra e voz suaves e harmoniosas, backing vocals preenchendo o ambiente, refrão que fica na cabeça. Bem que essa música podia fechar o disco, deixando aquela sensação de saudade. Emocionante, arrepia as penugens...
 
14 – O Que Aconteceu
Uma música mais calma com um vocal de lamento e arranjos de guitarra bem no estilo The Cramberries, com exceção do wah-wah. Um dos destaques são os arranjos de baixo, que parecem “brincar” com a música, mas que deixaram um clima cadente e intimista. Na minha opinião “Tudo O que Restou” fecharia melhor o disco, assim como os shows, deixando aquela energia positiva no ar. Mas não tem problema, é só programar o CD player que vai ficar tudo perfeito!
 
É isso galera, estamos chegando ao fim do álbum Vontade de Gritar... e a pergunta que não quer calar é a seguinte: quando as Senhoritas lançarão seu segundo álbum?

Meninas, vocês estão de parabéns! Merecem todo o reconhecimento desse mundo, pois trabalham em prol de um sonho comum. Tenho certeza de que esse álbum marcará uma trajetória de sucesso. Esses são os meus votos!

 
Festival de Links
 
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Existem vídeos das Senhoritas? Sim, mas a banda deixa claro de que são apenas vídeos amadores e preliminares. Em breve poderemos conferir clipes oficiais http://www.youtube.com/senhoritas

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domingo, 4 de abril de 2010

Jogos 3D do Gameboy Advance

Desde que comecei a jogar videogame, sempre fui fissurado por jogos que exploravam ao máximo a capacidade de seus sistemas. Fazendo uma retrospectiva dos games que eu mais curti, boa parte foram conversões de grandes jogos de arcade (fliperama) para videogames caseiros. Um desses exemplos foi o Super Street Fighter 2 lançado para Mega Drive, que me impressionava não somente pela diversão, mas também pelos 40 megabits de memória do cartucho. Pra mim, tanto a quantidade de memória, quanto os efeitos visuais e sonoros sempre foram muito importantes. Assim, não poderia deixar de expressar minha admiração pelo Gameboy Advance, portátil da Nintendo, cujos jogos superaram todos os limites de hardware do console. Esses jogos me motivaram a escrever esse post, pois diante do conceito inicial do Gameboy Advance eles podem ser considerados verdadeiros milagres criativos.

O Gameboy Advance (GBA) foi, sem sombra de dúvida, o videogame mais bem sucedido de sua época. Nascido para substituir o Gameboy Color (primeiro portátil em cores da Nintendo e último videogame da geração 8 bits), o GBA não teve concorrentes em seu seguimento. O pretensioso “Advance” em seu nome era justificado por um processador 32 bits ARM de 16,8 MHz, algo até então sem precedentes entre os portáteis. Com ele o GBA era capaz de rodar jogos com gráficos incríveis numa tela LCD com 2,9 polegadas, resolução máxima de 240x160 pixels e 32.768 cores diferentes.

Confesso que nunca joguei num GBA real, apenas joguei através de emuladores no PC e no Dingoo (post anterior). Foi testando a compatibilidade de jogos de GBA para o Dingoo, que descobri diversos jogos “pesados” para a capacidade do console, inclusive jogos 3D, alguns deles surpreendentes. O GBA foi concebido inicialmente para rodar apenas jogos 2D com qualidade de imagem e som semelhantes aos do Super Nintendo, e cumpriu essa tarefa com muita propriedade. No entanto, a vida útil do GBA foi paralela a de videogames de mesa muito mais modernos, como o Game Cube, o Dreamcast e o Playstation 2 que possuíam títulos atualizados no formato 3D, que ofereciam novas perspectivas para visualizar a ação que se passava na tela, e também uma jogabilidade mais aberta, sem aquele objetivo “ande sempre pra direita, até chegar no final da fase”. Acredito que esse foi o principal motivo para o lançamentos de jogos 3D para o GBA, uma vez que em termos técnicos, os jogos 2D, principalmente os de plataforma, não conquistavam mais a parcela “hardcore” (os que curtiam jogos pesados) dos consumidores. Bem, essa é apenas a minha hipótese.

Se o hardware do GBA não havia sido preparado para processar gráficos 3D, a solução seria desenvolver softwares potentes que o permitisse tal proeza técnica. Assim, foram criadas duas engines (softwares), o DRG 3D e o AGB Rush que mudaram definitivamente a qualidade dos jogos de GBA. O processo basicamente utilizava ferramentas para criação de jogos de PC (como Quake), cujos dados eram testados e convertidos para o hardware do GBA. Essa última parte era a mais trabalhosa, já que os desenvolvedores se preocupavam em polir os jogos de uma forma que não sacrificassem a dinâmica de jogo. Dentre as ferramentas que o AGB Rush possuía se destacam: texture mapping de todas as superfícies, depth shading, efeitos de luz, texturas animadas, animação de sprites fluida e efeitos de clima. Ok, ok, e daí? Daí que o resultado gráfico ficou semelhante aos dos jogos de Playstation 1!

Vale lembrar que toda essa proeza gráfica não comprometia em nada a qualidade sonora dos jogos, que em vários deles é fantástica. Algo comum a alguns dos jogos 3D mais incríveis do GBA é a assinatura de Fernando Velez e Ghillaume Dubail, desenvolvedores citados entre os logotipos no início dos jogos.


Apesar do grande número de jogos que fizeram uso de ferramentas 3D no GBA, nesse post, pretendo destacar apenas aqueles nos quais o resultado técnico foi significativo.



DRIV3R (Driver 3) – Considero a melhor experiência 3D no GBA. O jogo é no estilo Grand Theft Auto San Andreas, no qual você tem que completar missões, mas também pode explorar o mapa de maneira livre, com jogos alternativos que aparecem ao longo do jogo. É possível inclusive até entrar em alguns prédios, nadar, visitar lugares como um navio ancorado numa ilha, etc. O cenário é completamente 3D, com detalhes incríveis de terreno, letreiros nas lojas, etc. O personagem controlável, os carros e as pessoas nas ruas são sprites comuns, mas que interagem perfeitamente com o cenário 3D. A animação é fluida e o mais realista possível, apesar de bugs como o do carro que explode ao entrar no mar, barulho de metal ao bater com o carro num arbusto, etc. Enfim, são detalhes que podem ser desconsiderados e que não conseguem riscar o brilho de um dos melhores jogos de GBA, talvez o meu preferido.


Driver 2 Advance – A experiência desse jogo é horrível, postei apenas para demonstrar o quanto se evoluiu no Driver 3 com criatividade e ferramentas corretas. O 3D do Driver 2 é mais “pixelado”, os objetos, carros e pessoas são minúsculos. Pra se ter uma idéia o personagem controlável é praticamente um bonequinho do Pitfall (Atari 2600). A animação é truncada e por incrível que pareça, não roda no emulador do Dingoo, ao contrário do Driver 3 que roda liso, apesar de ser mais “pesado” graficamente. Resumindo, o Driver 2 é um exemplo de trabalho 3D que deixou a desejar.



Crazy Taxi: Catch a Ride – Uma das primeiras experiências 3D do GBA, e com certeza uma das melhores. Lançado também em outras plataformas, o forte desse jogo é a diversão, obtida pelas loucuras e barbeiragens que o taxista (no caso, você) deve fazer para levar os passageiros aos seus destinos. OS efeitos 3D desse jogo são semelhantes aos do Driv3r, com direito a muitas vozes digitalizadas e músicas agitadas. É um jogo indispensável no catálogo especial do GBA.




Mortal Kombat Deadly Alliance – Provou que a experiência de jogos de luta 3D no GBA pode ser fantástica. Os cenários de fundo são pré-renderizados, o chão das batalhas é completamente 3D, inclusive com efeitos espelhados, a animação dos personagens é realista e bastante suave. Lembra um pouco a experiência do Killer Instinct para Super Nintendo. Há surpreendentes efeitos de zoom e profundidade conforme a distância entre os lutadores. O acabamento das telas de título, seleção de personagens, opções e extras contribuem ainda mais para consolidar esse jogo como um dos melhores do GBA. Similares: Mortal Kombat Tournament Edition, Tekken Advance.



Asterix & Obelix XXL – Descobri esse jogo tardiamente, mas em tempo de cair o queixo. Graficamente o jogo lembra o Mario do Nintendo 64, ou seja, o resultado é digno de aplausos. A variedade de cenários e objetos 3D, e a animação das sprites dos personagens são um grande diferencial. No entanto, peca um pouco na taxa de quadros e na aparente ausência de chefões (me corrijam, pois não joguei muito).




Need For Speed – Incluo aqui todos os jogos da série: Underground, Carbon, Most Wanted e Porsche Unleashed. Praticamente são conversões perfeitas dos jogos de Playstation. Tanto o cenário, como os carros são 3D, inclusive dá pra girar e voltar na pista observando a frente do carro. Destaco sobretudo o Porsche Unleashed que pode ser jogado tanto na visão externa (perspectiva vendo o veículo) quanto na interna (perspectiva do interior do veículo). Além disso, no Porsche Unleashed é possível visualizar o que se passa à esquerda e à direita do veículo (por exemplo, um carro querendo te ultrapassar). Por esses e vários motivos, a série Need For Speed para GBA merece todos os elogios possíveis.



Iridion 3D – Os efeitos de cenário tornam esse shooter estilo arcade bastante singular e por isso um dos mais interessantes do GBA. Os cenários se movimentam em direção à nave, quase como se fossem filmados, no entanto eles mudam de perspectiva conforme a posição da nave controlada pelo jogador. Esse tipo de técnica, a qual desconheço, está presente apenas nos dois jogos desta série. O jogo também faz uso intenso de zoom nas sprites de objetos e naves. Tanto a animação, quanto a taxa de quadros são impressionantes. Vale a pena conferir.



Wolfenstein 3D, DOOM e Duke Nukem Advance – Jogos de tiro em primeira pessoa que utilizaram praticamente a mesma engine gráfica, no entanto com resultados diferentes. O Wolfenstein 3D para GBA praticamente se equipara com o jogo original de PC, devido a sua simplicidade gráfica. Esse detalhe pesa um pouco no DOOM I e o DOOM II, que perderam tanto em acabamento de cenários como no quesito animação. Pior ainda foi o resultado do Duke Nukem, originalmente um jogo pré-Quake, cujo cenário era completamente 3D (visualizado através de várias perspectivas), mas que no GBA praticamente virou um “mod” (jogo hackeado, com cenários e personagens alterados) do DOOM, com muitos bugs. Antes que a inclusão desses jogos nessa lista provoque polêmica, saliento que não se tratam de jogos 3D verdadeiros, pois grande parte do cenário e objetos são sprites apoiados por efeitos de zoom. Incluí esses jogos por serem tratados de forma popular como jogos “3D”. A despeito das críticas, são muito divertidos!


007 Night Fire – Diferentemente dos anteriores, esse jogo de tiro em primeira pessoa utiliza elementos 3D reais. Por exemplo, logo na primeira fase o personagem se encontra numa ponte e pode pular sobre um carro forte em movimento, que é inteiramente 3D. Outros elementos 3D aparecem ao longo do jogo. Os inimigos porém, são sprites pixelados tão descarados que ao serem visualizados pela lateral enxergamos apenas um risco, pois se tratam de imagens 2D sem profundidade. Apesar das limitações se trata de uma experiência 3D interessante no GBA. Similares: Medal of Honor Infiltrator, Ecks vs Sever, Serious Sam Advance, Ice Nine, Dark Arena.



Payback – Antes de ser considerado um clone do Grand Theft Auto, esse jogo foi praticamente o precursor do GTA Chinatown Wars. Ele é 3D visto do alto, porém envolve muitos efeitos, como luzes, explosões, efeitos de clima, como por exemplo, neve caindo, assim como mostra o vídeo abaixo. Há uma fase em que o personagem pilota um helicóptero, enquanto o jogo abusa de efeitos 3D e zoom ao mesmo tempo. O resultado é bem melhor que o GTA Advance, incluindo cenas de violência, atropelamentos, comuns ao gênero. Um jogo mais parecido com esse no GBA é o Karnaaj, uma espécie de “micro-machines” em 3D.



Tony Hawks Downhill – dentre os jogos de skate, esse é o único 100% 3D. Nele, o jogador deve guiar o personagem num skate, descendo ladeira abaixo, acumulando pontos através de acrobacias intuitivas de acordo com o cenário, por exemplo, deslizar sobre um corrimão, pular um carro, etc. Se não me engano o próprio personagem controlável é 3D, composto por polígonos. É um bom jogo, com fases bem variadas. Similar: SSX 3 é praticamente o mesmo jogo, com a diferença do snowboard.



StarX – é o Starfox do GBA. Mesmo com gráficos inferiores aos do Star Fox de Super Nintendo, esse jogo não faz feio e exibe na tela naves, barcos, cenários totalmente 3D. O inconveniente é a taxa de frames que é muito baixa, dá aquela sensação de animação cortada, sem fluidez.




Lego Drome Racers – seus gráficos poligonais remetem ao velho e soberbo Virtua Racing, jogo de corrida seminal da SEGA. Claro, não se trata de carros no estilo “fórmula”, mas a jogabilidade é bem parecida. Outro game semelhante é o Hot Weels Stunt Track Challenge, cujos cenários lembram bem alguns trechos das pistas do Virtua Racing.



Kill Switch – um jogo de tiro bem diferente, no qual o personagem é visto em terceira pessoa, utilizando de táticas militares para invadir e conquistar as fases, lotadas de inimigos. O jogo possui um cenário em 3D, que pode ser utilizado de forma inteligente, para atacar e se esconder dos inimigos. O jogo lembra um pouco o 007 e o Medal of Honor, porém nele visualizamos e controlamos os movimentos táticos do personagem.




Street Racing Syndicate – Talvez o jogo de corrida com os gráficos mais incríveis do GBA. Além de cenários caprichados em 3D o jogo impressiona pelo gráfico dos carros, que aparecem muito grandes e bem desenhados. Lembra vagamente o saudoso arcade Daytona USA. Similares: Top Gear Rally (efeitos de clima) e V-Rally 3 (jogabilidade incrível de dentro do veículo), Monster Truck Madness (três visualizações diferentes, com efeitos de zoom).



Smashing Drive – Um jogo alucinante no qual controlamos um carro fortificado que detona tudo que vê pela frente em percursos super-inusitados, como o interior de uma igreja, a asa de um avião, etc, tudo em 3D. O visual é incrivelmente colorido e detalhado. Como o jogo é muito intenso e rápido, a taxa de frames parece ficar aquém da capacidade, no entanto, isso não atrapalha a diversão. Outro jogo semelhante é o Stuntman, no qual controlamos um carro-dublê que deve completar as cenas com perfeição, como por exemplo passar por baixo de um ônibus que explode, saltar pontes, etc e o Big Mutha Truckers, no qual controlamos caminhões e ganhamos dinheiro por missões completadas.



Super Monkey Ball Jr – um jogo simples e aparentemente infantil, mas que exige noção de equilíbrio e autocontrole do jogador. O jogador controla um macaquinho dentro de uma bola transparente, que gira ao longo de cenários 3D flutuantes. O gráfico do jogo também lembra alguns jogos de Playtation 1 e Nintendo 64. O legal é que é um jogo bem casual, ou seja, recomendado!




Wing Commander Prophecy – no estilo Star Wars Arcade, esse jogo impressiona pelas animações em 3D e pelos efeitos de zoom, por exemplo quando se passa sobrevoando uma nave inimiga.





Protótipos

Alguns dos jogos mais incríveis do GBA ficaram apenas nos protótipos. Dentre eles, um dos mais promissores com certeza seria o Resident Evil 2 que, originalmente lançado para Playstation, ficou perfeito para o hardware do GBA. Se esse jogo tivesse sido lançado o GBA poderia encerrar sua carreira de maneira triunfal, porém, para infelicidade do mundo ficou só na promessa mesmo.


http://www.youtube.com/watch?v=DBHNtTNPzV0&feature=player_embedded


Engines interessantes foram propostas para o GBA, algumas delas podem ser visualizadas através desses vídeos do Youtube:

Quake


Radium Beta


Yeti 3D


Boas idéias nem sempre vêem de empresas fortes e consolidadas. Por exemplo, a Raylight Studios, responsável por vários títulos 3D do GBA é uma pequena empresa italiana. O GBA foi um videogame sensacional, pois provou que a força de seus jogos dependia mais da criatividade dos desenvolvedores de jogos do que de seu hardware limitado.

 

Compatibilidade com o Dingoo A-320


O Dingoo A-320 é um player multimídia chinês que tem como ponto forte a emulação de jogos antigos. Ele foi apresentado aqui nesse blog no tópico anterior, que teve uma surpreendente quantidade de acessos devido principalmente à propaganda veiculada no blog especializado DingooBR (http://www.dingoobr.com/). A emulação de GBA no Dingoo é uma das melhores de seu sistema nativo, porém, a compatibilidade não é 100%. Me refiro principalmente aos jogos 3D, que exigem muito da capacidade do emulador do Dingoo. Tenho certeza de que se trata apenas de uma limitação de software, que poderia ser superada com o lançamento de novos emuladores de GBA para o Dingoo. Enfim, sem mais palavras, classifico abaixo a compatibilidade dos jogos comentados aqui nesse post para os jogadores de Dingoo:

Rodam liso ou quase perfeitos: Driv3r (Driver 3), Crazy Taxi, Mortal Kombat Deadly Alliance, Tekken Advance, Need for Speed Underground 2, Need for Speed Porsche Unleashed, Iridion 3D, Wolfenstein 3D, 007 Nightfire, Medal of Honor Infiltrator, Dark Arena, Karnaaj, Tony Hawks Downhill, SSX 3, V-Rally 3, Stuntman, Super Monkey Ball Jr.


Rodam com lags e bugs: Driver 2, Asterix & Obelix XXL, DOOM, DOOM II, Duke Nuken Advance, Serious Sam Advance, Ice Nine, Lego Drome Racers, Hot Weels Stunt Track Challenge, Kill Switch, Top Gear Rally, Monster Truck Madness, Smashing Drive, Big Mutha Truckers, Wing Commander Prophecy.

Não rodam ou travam: Mortal Kombat Tournament Edition, Need for Speed Underground, Need for Speed Carbon, Need for Speed Most Wanted, Ecks vs Sever, Payback, StarX, Street Racing Syndicate.