segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Teenage Mutant Ninja Turtles (The Arcade Game)



Em outubro de 1991 foi inaugurado em Porto Alegre o Shopping Praia de Belas, e com ele o mais moderno fliperama da cidade. Para mim, esse era “a terra do nunca”, “a terra prometida”, enfim, o lugar onde eu mais gostava de ficar, cujas imagens, sons e cheiros continuam guardados na minha memória. Apesar de toda a modernidade de simuladores de vôo coletivos, jogos com imagens de filme e tudo mais, o meu jogo preferido sempre foi o Teenage Mutant Ninja Turtles, as Tartarugas Ninjas.




Só pra lembrar, as Tartarugas Ninjas estavam no auge de seu sucesso, portanto, desenhos, filmes, brinquedos, mochilas, lancheiras, enfim, metade das coisas que se fabricavam na China eram das Tartarugas Ninjas.

Bom, voltando ao assunto, o arcade (fliperama) das Tartarugas Ninjas foi lançado em 1989 pela Konami, talvez a softhouse mais competente na época. O estilo do jogo é o beatn’up, mais conhecido como “briga-de-rua”, cujos pilares foram estabelecidos pelo jogo Double Dragon. A idéia é simples e se resume no seguinte: os caras maus tomaram a cidade, raptaram uma pessoa querida e agora resta aos mocinhos (controlados pelos jogadores) limparem a cidade, distribuindo porrada em todo mundo. Esse estilo de jogo teve sua glória nos anos 80 e início dos 90, se extinguindo lentamente com o advento de videogames domésticos mais poderosos, novas formas de jogabilidade com ênfase no 3D. O arcade das Tartarugas Ninja era com certeza um dos mais lucrativos tanto nos fliperamas dos shoppings, como nos fliperamas proibidos, esses últimos pra quem não lembra, eram aqueles locados em prédios velhos, escuros, sujos, cheios de piolas de cigarro (e outras coisas), resumindo, o reduto da marginalidade. Ambientes condenáveis por pais politicamente corretos, não deixavam de ser interessantes, pois neles era possível jogar os arcades mais clássicos como Pac-man, Double Dragon e a relíquia Street Fighter 1 (isso mesmo, o primeiro). Um dia vou comentar mais sobre esses redutos, por enquanto, voltemos às Tartarugas Ninjas.

A máquina (arcade) que continha o jogo se destacava da maioria na época, pois era muito bem acabada, com estampas das Tartarugas e da April (repórter, amiga das Tartarugas). Além disso, quatro jogadores simultâneos podiam dividir a tarefa de Leonardo, Donatello, Michelangelo e Raphael em salvar a April, o Mestre Splinter e a cidade das garras do Destruidor e do Clan Foot, pondo um fim na bandidagem. As partidas mais divertidas foram sem-dúvida, aquelas as quais joguei com minhas irmãs e mais um amigo, cada um com sua tartaruga. Às vezes, eram tantas tartarugas e inimigos na tela que ninguém sabia mais o que estava acontecendo e no desespero a reação comum era apertar (com força) todos os botões ao mesmo tempo e o mais rápido possível. Nossa, isso era completamente insano!




O jogo era linear, iniciava num prédio em chamas e passava por vários cenários da cidade até o Tecnódromo (famigerada base do Destruidor), enfrentando ao final de cada fase um chefão diferente e característico do desenho (Rocksteady, Bebop, etc). As fichas extras eram poupadas para estas ocasiões, nas quais a maioria dos jogadores perdiam o jogo e uma ficha extra significava a diferença entre a vida e a morte.
Outro fato interessante era que a energia vital das Tartarugas podia ser restaurada pela pizza (comida preferida delas), que aparecia raramente ao longo o jogo. Na maioria das vezes a pizza era um motivo de briga, pois durante a fase só aparecia uma, e a mesma não podia ser dividida entre as Tartarugas. Aí existiam os seguintes tipos de jogadores: o esperto que já sabia onde a pizza ia aparecer; o cínico que “esbarrava sem querer na pizza do colega mais necessitado”; e o altruísta que sempre deixava a pizza pro colega mais necessitado. Eu era altruísta, por esperteza, pois mesmo jogando melhor, sabia que precisaria de um parceiro ajudando o máximo de tempo possível.




De volta à Paraíba passei muitos anos querendo repetir essa diversão, que só foi possível com a revolução do MAME, emulador de vários arcades, inclusive das Tartarugas Ninjas para PC. Hoje em dia tenho o prazer de levar esse arcade comigo no bolso, com meu Dingoo, um portátil multimídia e emulador de diversos videogames e arcades. Por ocasião do lançamento do MAME pro Dingoo eu postei um vídeo no Youtube para celebrar o jogo e deixar em outros saudosistas aquela vontade de recordar o que é bom.
http://www.youtube.com/watch?v=yBkMu7ZvoNg
Video demonstrativo do jogo original

Video do jogo rodando no Dingoo
Sinceramente, para um autêntico retrogamer, nada se compara à sensação de pegar uma ficha, inserir no slot, escutar ela caindo dentro da máquina e aquela voz alta iniciando o jogo: COWABUNGA! – surreal.

Como jogar? baixe e instale o emulador MAME: http://www.baixaki.com.br/download/extra-m-a-m-e-.htm . Em seguida, entre nesta página http://www.rom-world.com/dl.php?name=MAME&letter=T e baixe todos os arquivos (roms) com o nome Teenage Mutant Ninja Turtles direto na pasta "roms" que se encontra no diretório do MAME. Inicie o programa e peça pra atualizar a lista de jogos disponíveis, inicie o jogo e boa diversão!
Onde comprar? o arcade original pode ser comprado por 450,00 dólares no Ebay: http://cgi.ebay.com/ws/eBayISAPI.dll?ViewItem&item=180428372183

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Capricorn One



A primeira vez que vi falar de Capricorn One me assustei, pois sempre tinha sonhado com um filme assim. Depois de assistir ao filme me intriguei no porque que ele não foi um tremendo sucesso e quase ninguém o conhece.


Capricorn One é de 1978, escrito e dirigido por Peter Hyams (Outland, Timecop) e estrelado por Elliot Gould, James Brolin, O. J. Simpson (sim, aquele mesmo que matou a mulher e o amante dela), dentre outros atores.



O roteiro do filme é excepcional: a NASA planeja um vôo tripulado para Marte, no entanto, por razões políticas e financeiras e com uma tecnologia aquém da necessária, ela decide forjar o pouso em Marte através de filmagens feitas num estúdio simulando o ambiente marciano. Logo no início, os astronautas são retirados às pressas do módulo de comando do foguete (idêntico ao Saturn V que levou o homem à Lua) e mantidos numa instalação militar, onde ficam sabendo e são coagidos a participar da farsa sob a ameaça de morte que é feita às suas famílias.



O foguete foi lançado e a nave em órbita transmite dados previamente gravados, que são acompanhados na Terra pelos técnicos da NASA, também enganados. Um desses técnicos percebe uma anomalia, mas é repreendido pelo chefe de operações (que também é principal responsável pela farsa). Indignado, o técnico comenta com o amigo jornalista Robert Caulfield, que dias depois ao procurá-lo, descobre que não apenas o técnico desapareceu, como todo seu registro foi eliminado pelos agentes do governo. Investigando o caso, o jornalista fica sob a mira do governo, sofrendo atentados e prisão.





O pouso em Marte é forjado num estúdio, mas recebido pelo mundo como um milagre tecnológico e como uma prova do progresso dos EUA. Também forjado, o vôo de volta é televisionado mostrando uma conversa entre o astronauta Brubaker e sua esposa na Terra. Essa cena é chave no filme, pois Brubaker faz um comentário fútil e desconexo, que mais tarde é interpretado pelo jornalista com o auxílio da esposa do astronauta como um meio desesperado para dizer que tudo não passa de uma encenação.



Para esconder a farsa e manter a glória da missão intacta, o chefe de operações da NASA vai a público e declara que os astronautas morreram durante a reentrada do módulo de comando na atmosfera. Os astronautas ainda mantidos em cativeiro começam a questionar a demora para serem liberados e enviados para fingir o resgate em auto-mar. É aí que cai a ficha: “nós estamos mortos”. Dá-se início a fuga dos astronautas num pequeno avião e em seguida uma das perseguições mais eletrizantes que já vi em filmes. Com a falta de combustível, os três astronautas pousam e seguem direções diferentes, caçados com a mesma intensidade. Neste meio termo, o jornalista Caufield descobre o local onde a farsa foi filmada e acha um emblema do astronauta Brubaker, confirmando suas investigações. Ele também descobre que o governo está patrulhando uma região próxima e com ajuda de um piloto de avião agrícola parte para salvar os astronautas.



Bem, a perseguição é alucinante, bem como a luta dos astronautas pelas suas próprias vidas. Não vou contar o final pra não perder a graça. Espero que vocês assistam e se divirtam com esse filme excepcional.


Avaliação Pessoal
Roteiro: 10
Direção: 9
Atuação: 8
Visual e Som: 7

Chamada: dosagem perfeita de conspiração e ação
Onde encontro: baixei esse filme pelo sistema P2P torrent, com auxílio do programa bitcomet. É um filme raro, disponível pra venda no site da Amazon (http://www.amazon.com/Capricorn-One-Elliott-Gould/dp/0784011540).